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S. Ex.a fazendo largas referências às subsistências que no mercado estão rareando, procurou apresentar a-situação de 'apodo que todos se convençam que devem ajudar o Governo na sua tarefa, porque" o 'Governo, não sendo auxiliado nas medidas que tem a tomar por todos os portugueses, fará uma obra que ficará impedida de ter realização prática.

Eu louvo o Sr. Presidente do Ministério pela circunstância de S. Ex.a se aproximar de todas as classes, sem excepção, fiara procurá-las, chamar à realidade dos factos, principalmente aquelas que, sendo possuidoras de capitais e de íbrtiinas, mais do que nenhuma outra necessitam de estudar e compreender a situação da crise portuguesa, porque nenhuma outra poderá mais fortemente sofrer as consequências de um descalabro financeiro ou económico. • -

., Já disse aqui na Câmara que não posso considerar na socieda.de portuguesa classes previlegiadas e classes réprobas, que o Estado e os Governos sistematicamente se recusem ouvir, como se o desconhecimento das condições de vida de qualquer classe seja vantajoso para o estudo -dos problemas que o Estado é chamado a resolver.

Esses conhecimentos do trabalhoj e das condições de produção são eleroentps essenciais • aos Governos, para a boa* resolução de todos os assuntos, e não há outra maneira de os conhecer senão pondo--se em contacto com essas classes, para lhes conhecer os detalhes o alcançar a sua cooperação leal.

Com má vontade, com medidas coercitivas, mesmo as mais duras, não é possível obter as vantagens da nítida e patriótica compreensão que é preciso que todos os portugueses tonham.

Tem-se t combatido nesta Câmara a política de auxílio e protecção às classes produtoras, mas eu não conheço país algum da Europa, - nenhum país não europeu, mas com civilização européa, que não tenha dado às classes produtoras

; Diário da Câmara dos Deputado

Todos sabem que a Inglaterra, que ó um país essencialmente prático, quando da declaração de guerra, encontrava-se numa situação, refereutemente à°produ-ção de .trigo, de completa liberdade de importação, regime que tinha sido adoptado muitos anos atrás por um célebre primeiro" Ministro inglês Pitt, que combateu que se abaixassem as fronteiras que impediam' a Inglaterra de comer pão em condições de baixo preço. Assim o Governo-c o Parlamento não hesitaram em revogar todas as medidas, no sentido de livre cambismo dos cereais, e estabeleceram uma legislação idêntica à nossa de 1889, que era chamada de protecção à" produção-agrícola, e muito especialmente à produção cerealífera, o foi com essas medidas-que ela durante os três anos de guerra conseguiu levantar a produção do trigo-de tal maneira, que hoje quási está isenta de ter necessidade, de o importar, ou sê o importa é em quantidade insignificante.

A França, para obter o aumento de produção cerealífera, não recorreu também a outras medidas, e para isso estabeleceu prémios não só para a extensão-da cultura como para a produção por hectare. '

Foi essa lei que em França produziu o-auniento de produção cerealífera.

Idênticas medidas produziram o mesmo efeito na União Sul Africana, onde-niuitas indústrias novas se criaram como consequência de medidas de protecção.

Para isso, o Estado não só iniciou a instalação dum laboratório, mas ainda criou os Conselhos Técnicos, para o .es— tudo das matérias aproveitáveis'nas suas várias colónias, serviços estes que são-centralizados em Londres por uma grande comissão, que estabelece as condições de exploração, as condições em que devem ser montadas as fábricas, e, ainda, o necessário capital para que as indústrias • possam prosperar.

Depois de realizados todos estes trabalhos iniciais, o Estado pfte a concurso a exploração dessas indústrias, a que concorrem os capitais que nela se desejem lançar. -