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Sessão de 2 de Agosto de 1930

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O Sr. Paiva Gomes: — Requeiro age neralização do debate.

Vozes : — Não pode ser já. foi aprovado.

O Sr. João Camoesas : — Sr. Presidente : não se trata de djscutir o assunto tratado pelo nosso colega Afonso de Macedo, quanto a reconhecer os serviços que os sargentos têm prestado à Eepública e ao País, que são de tal maneira importantes que seria diminuir o respeito por eles mesmos, e desconhecer ou pôr em dúvida esses serviços.

Sr. Presidente : afirmei um princípio e uma doutriua que me não arrependo de defender, e não me envergonho de sustentar perzmte todos, porque ela está de acordo com o meu sentir e coin os princípios republicanos por que norteei o meu procedimento.

O Partido Republiccino Portuguôs ou, por outra, os seus representantes nesta casa do Parlamento reconhecem, no em-tarito, que as reivindicações da classe dos sargentos são baseadas em justiça.

Essa justiça, e unicamente essa justiça, é a única razão que colhe para nos determinar uma atitude que não significa outra cousa que não seja .senão o reconhecimen-tp dessa mesma justiça.

Tive a honra de pertencer à classe dos sargentos : foi como sargento que obtive os recursos necessários para fazer a maior parte do meu curso.

Nessa hora memorável de sacrifício que deu a implantação da República em Portugal, a minha classe portou-se duma maneira que, pode dizer-se, pelos seus resultados, representa uma grande parte do êxito da revolução republicana.

Não posso admitir sem um protesto que aqui venham apontar-se os serviços dos sargentos, para se fazer o que constitui apenas um acto de justiça a que a-classe dos sargentos tom direito, e lhe não pode ser regateado.

O Sr. Wóbregô Quintal : — Então já lhes deviam ter pago.

O Orador:— Não ignora ninguém que não estamos precisamente naquela hora de desafogo financeiro q «o nos permita fazer a todas as classes justiça, remunerando-as devidamente.

Vivemos mesmo nos últimos anos, e mesmo nos últimos dois anos, num declive de desbarates, e desprezo de boas normas de administração pública que nos trouxe uma situação de tal maneira angustiosa que não e preciso estar nas cadeiras do Poder para lhe medir a intensidade.

Estou c estão os representantes do Partido Republicano Português convencidos de que o decreto sobre ajuda de custa d© vida abrange os sargentos de terra ornar. (Apoiados}.

Se isto é de facto uma concessão do> Governo da República, a. Câmara tem so> que honrar esse compromisso.

O Sr. Afonso de Macedo: — Apoiado» Assim ó que é.

O Orador: — São estas as considerações em que eu entendo dever basQar a moção que tenho a honra de mandar para a Mesa, em nome deste lado da Câmara. Palavras de homenagem, de justiça, de loo-vor aos serviços da classe dos sargentos já as disse no decurso das minhas considerações. (Apoiados}.

Essa classe, que pode chamar-se o proletariado militar, sempre assim foi dentro da República e dentro da história militar; e gostaria de ver que todas as classes, mesmo as de maior cultura, procedessem de maneira a que pudesse dizer delas nesta tribuna e neste País o que posso dizer com justiça da classe dos sargentos. (Apoiados).

O orador não reviu.

Leu-se na Mesa a moção do Sr. João Camoesas e entrou em discussão.

É do teor seguinte:

Moção

A Câmara, reconhecendo a justiça que assiste aos sargentos de terra e mar, na sua reclamação sobre a ajuda de custo de vida, espera que o Governo adoptará as providências necessárias para resolver a questão.

Sala das sessões, 2 de Agosto de? 19.20,— João Ca,7K&esa&.