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Sessão de 10 de Agosto de 1920

rações que o ilustre Deputado Sr. Plínio Silva acaba de fazer, e terei o máximo prazer em transmiti-las aos meus colegas da G-uerra e do Comércio.. O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas:—Sr. Presidente: tinha pedido' ontem a palavra quando se tratava dum assunto que vem prejudicando muito a população de Lisboa: a questão dos eléctricos.

O Sr. Manuel José da Silva, e o- Sr. Presidente do Ministério referiram-se- a essa, questão.. sustentada entre a Câmara Municipal e a Companhia, dizendo que ela não se resolvia por uma. irredutibili-dade existente relativamente ao quantita.-tivo dos passes.

Por informações que tenlio de pessoa da- vereação, posso informar V. Ex.a e a €âmara que não é assim, que a Câmara nunca se importou com o preço dos pás.-sés.

A Câmara de Lisboa colocou a questão nos termos que vou apresentar, se não esto ti em erro.

A Câmara de Lisboa entendeu que, sendo alteradas as tarifas, era ocasião de reformar o contrato, porque, tendo a Companhia o previlégio de toda a viação mecânica que se possa estabelecer em Lisboa, com manifesto prejuízo- para a cidade, não estabeleceu outra espécie de viação que não seja sobre rails.

Pretende a Câmara de «Lisboa que a Companhia se resuma àquela viação que tom explorado apenas.

Parece-me que a questão está bem posta pela Câmara de Lisboa, que tem assumido uma atitude de enérgica defes-a dos interesses da população.

• Encontramo-nos mais uma vez perante um monopólio, que constituindo uma exploração, faz com que1 o povo se encontre vitimado, por mais uma das muitas explorações que fatalmente hão-de levar à revolta a sociedade portuguesa.

As revoluções nunca são obra de quem as qaere fazer; as revoluções sEo motivadas pelo sofrimento.

Ora a nossa população está sofrendo, e ameaçada de mais sofrimentos pelas especulações de toda a espécie, feitas antes e depois da guerra, o que boje se agravam, tem ioda a razão do so)»4io para protestar.

Por mim, ante a intimação- e a especulação dos exploradores e as imposições operárias, não hesito.

Entre estas duas situações, o meu partido, sendo uma força organizada, pode regularizar a questão, e concorrer para o melhoramento da sociedade por- uma melhor organização.

Entre a defesa de interesses- ilegítimos-, e a defesa dos interesses da população, eu não hesito.

Faço nestes termos, e do alto desta tribuna, que devia ser ouvida por todo o País as afirmações da minha atitude, e todos aqueles que me conhecem, sabem que não hesitarei em as manter, s.ejam quais- forem os sacrifícios a fazer, e eu. tenho ainda a dizer o seguinte:

B necessário que o Parlamento possa corresponder àquelas funções que de'facto lhe pertencem, o fazer uma enérgica defesa dos interesses nacionais, de fazer uma enérgica defesa dos bons e sãos princípios democráticos.

Numa democracia, a principal função da imprensa é fornecer os elementos de informação necessários para cada cidadão poder ter uma opinião fundamentada em ideíis salutares.

No dia em que a imprensa não corresponder a esta função, porque pé encontre em mãos de empresas particulares, fornecendo elementos de informação falsificados para, porventura, criar falsos in>o;ti-Baentos de opinião, é legítima da parte do Estado republicano uma acção legislativa que eu não hesitarei em trazer ao Parlamento, antes que este feche, permitindo criar tribunais de investigação que apM-quem penas pesadas àqueles jornais que não cumprirem ou não souberem cumprir a sua nobre missão.