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Sessão de 12 de Agosto de 1920

(com declarações) — Plínio S Uva (com declarações) — José Monteiro (com restrições)— António Maria da Silva (com declarações) — Raul Tamafinini (com declarações)— J. M. Nunes Loureiro (com declarações)—Alberto Jordão- João de Orneias da, Silva — Mcdlieiro Reimào (com declarações) — Afonso de Melo — Jaime de Sousa, relattír.

O Sr. Júlio Martins: — Sr. Presidente : gritava toda a gente que o Parlamento não encarava a questão financeira, que o Parlamento não encarava a questão económica, que o Parlamento passava a sua vida num paleio perdido, que não agradava às forças vivas do país, que não agradava ao sindicato da imprensa, que não agradava ao sindicato da finança, que não agradava ao sindicato do comércio.

Sr. Presidente: não temos nós, Grupo Popular, responsabilidades sobre a forma como o Parlamento tem levado os seus trabalhos.

Toda a vez que à Câmara vêm propostas importantes, nós as discutimos eomo sabemos e entendemos.

Houve um momento, Sr. Presidente, em que nós tivemos do sair do Parlamento. Andámos lá por fora, numa propaganda pública. O Parlamento funcionava, as propostas de finanças do Sr. Pina Lopes tinham vindo à consideração desta Câmara. As comissões reuniam para estudar essas propostas.

Uma delas, sobre lucros de guerra, chegou a entrar em discussão. Mas, a curto momento, a Câmara desinteressou--se da questão e as propostas de finanças puseram-se de lado.

Entrámos, todavia, no Parlamento, e, pela voz do meu camarada e amigo Cunha Liai, demonstrámos perante a Câmara, com o assentimento de todos nós, que essas propostas, com o seu decantado relatório, eram apenas uma obra de fancaria, no dizer do Sr. Presidente do Go vêrno, pois erros crassos, erros enormes, tinham passado despercebidos à consideração do Parlamento, e à consideração do estudo da comissão do finanças; tinham passado despercebidos à Conferência da Paz, a toda a gente e ato aos sindicatos das finanças e das forças vivas, que não encontravam o erro crasso que um Deputado do meu Grupo achom.

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Temos, por consequência, trabalhado a sério no prestígio da instituição parlamentar, e continuaremos a trabalhar, porque não trememos deante de ninguém e dessa forma havemos de realizar a função parlamentar como entendermos, prestigiando este Parlamento e a nós próprios. (Apoiado?).

Mas estamos hoje perfeitamente bem colocados.

Quem está no Governo? Está no Governo o Sr. António Granjo, meu particular amigo pessoal, a presidir a uma concentração de partidos.

Está no Ministério das Finanças um homem da confiança das forças vivas dês-te país; está no Ministério das Finanças o Sr. Inocêncio Camacho; está no Ministério das Finanças uma alta competência em assuntos financeiros; está no Ministério das Finanças o antigo presidente do Consórcio Bancário; está no Ministério das Finanças o antigo presidente do Conselho Fiscalizador do Comércio e Câmbios.

Não vou agora, como o meu amigo Cunha Liai, fazer a autopsia da obra do homem qne neste momento representa as finanças do país; quero apreciá-lo pelas propostas trazidas ao Parlamento; quero apreciá-lo pelos conhecimentos enormes, monstruosos, que S. Ex.a revelou nas propostas de finanças que trouxe a este Parlamento.

Havemos de discutir essas propostas, e discuti-las com toda a altivez e lialda-dade. (Apoiados).

i Não temos medo que contra nós se façam campanhas lá for4»; o nosso lugar é aqui, no desempenho altíssimo da nossa missão parlamentar! (Apoiados}.

Sr. Presidente: estamos muito bem! Pela primeira vez, de há muito, as forças vivas do país têm um Governo da sua absoluta confiança e simpatia.

i Pois já chegámos a esta cousa que devia ser monstruosa para nós, republicanos e representantes da Nação: é que, criada uma ditadura do víveres pela incompetência do Governo, e entregue à incompetência uo presidente da Associação Comercial deste país, já se pode comprar no país inteiro, sem contratos, sem concursos, sem nada! (Apoiados),