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Eu já outro dia, a propósito do que se passa no Ministério da Instrução e de como os serviços correm, salientei várias anomalias, tais como esta: funcionários que se dispensam, por serem funcionários, de exercer o magistério, mas que não se dispensam de no fim do mês receberem os seus vencimentos como professores.

Ao Ministério da Instrução cumpre, pois, olhar por estas cousas. AS comissões de instrução desta Câmara cumpre tratar destes casos, com muito mais seriedade e lisura, no dizer do Sr. Alberto Jordão, do que até aqui se tem tratado, não se liraitaado a criticar aqueles que, como eu, pretendem resolver uma situação grave de momento e a que assiste toda a justiça.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Alberto Jordão: — Sr. Presidente: está pouco nos meus hábitos, mas muito pouco até, falar quando principiam as sessões,, falar no meio das sessões e no fim das sessões. Em regra, limito-me a tratar daqueles assuntos de que alguma cousa conheço, eom uma certa parrimó-nia. Agora, mais uma vez seguirei esse processo.

O discurso do Sr. Manuel José da Silva dava. realmente, motivos bastantes para que eu me explanasse em considerações de ordem diversa, ferindo, sobretudo, a injustiça de muitas das suas passagens, mas serei sumário nas minhas respostas.

Com franqueza deve dar-se o caso de S. Ex.a não se encontrar nesta Câmara nas ocasiões em que se têm versado, estando eu presente, assuntos de instrução, principalmente secundária. Não os terei tratado com brilho, não os terei apoiado com barulho, mas, como sei, alguma cousa tenho feito. E assim, o assunto a que S. Ex.a se referiu, relativamente às nomeações feitas por forma irregular o até mesmo atrabiliária, esse assunto' mereceu o meu protesto e até na forma como tive ocasião de votar.

Mas eu quási chego a tirar esta conclusão: ó que o Sr. Manuel José da Silva terá, talvez, a opinião de que fui eu o autor de todas essas nomeações irregulares. Não é exacto, porém; eu nunca passei pela pasta da Instrução!

Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — Eu não atirei com essa responsabilidade para V. Ex.a O que estra- ' nhei foi que, sendo V. Ex.a professor e membro duma comissão de instrução desta Câmara, não tenha protestado contra tudo o que só tem feito.

O Orador: — Estou convencido de que V. Ex.a não interpretou bem as minhas palavras, nem eu a sua intenção. Não nos compreendemos. Contudo, V. Ex.a não tem razão e assim veja-se:

Quando o Sr. \rasco Borges foi Ministro da Instrução o foi obrigado a estabelecer uma obra caótica, não deixei nessa ocasião de verberar, até talvez asperamente, a forma como S. Ex.a procedeu dentro do Ministério da Instrução. Não colheu, portanto, a série de argumentos apresentados por S. Ex.a contra o meu procedimento.

Agora devo frisar que me sinto satisfeito por ter tratado este assunto pela forma como entendi. O Sr. Alves dos Santos, cuja competência ô indiscutível, achou que, de facto, a minha argumentação colhe, mas deixou-se S. Ex.a no momento arrastar por um sentimentalismo, ^pélõ qual eiruãome-deixo-prender. Paa-to dum princípio diferente e tenho em mira uma cousa diferente de S. Ex.a, ao que parece. Entendo que os alunos que foram reprovados, foram-no justamente porque conheço a brandura dos professores que os examinaram, para admitir qualquer má vontade da sua parte. E mesmo este ano estabeleceu-se uma craveira baixíssima para os examinandos, e assim, se elos foram reprovados, é porque, efectivamente, demonstraram uma grande incompetência.

Por estas razões que eu apresento, verifica-se que não há justificação para umas novas provas. Devemo-uos lembrar, até, que esses indivíduos reprovados agora podem amanhã ingressar no número daqueles que têm de examinar, talvez, os | filhos dos Srs. Deputados. E assim, não | devemos ser sentimentais, porque nada de útil realizaremos para o país.