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Diário da Câmara dos Deputado»

O Sr. Lúcio de Azevedo: — Pedi a palavra para endereçar uma preganta ao Sr. Ministro da Guerra, para me habilitar a fazer algumas considerações sobre a proposta em discussão.

Desejava saber, por parto do .Sr. Ministro da Guerra, se para efeito da imobilização parcial que acaba de ser feita, foi ouvido o conselho do estado maior do exército, e se, tendo sido ouvido, ele determinou qual o contingente que devia ser | chamado às fileiras para efeito dessa mo- ; bilização. '.„ l

Desejo ouvir o Sr. Ministro da Guerra j sObre este ponto para prosseguir nas mi- ! ilhas considerações acerca da proposta j

em discussão. j

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O Sr. Ministro da Guerra (Heldor Ri- í beiro): — O Governo convocou as classes j que julgou necessárias para o serviço de ; polícia, sem que fosse preciso ouvir o con- \ selhô de estado maior do exército, que é j uma entidade técnica que só é consultada j para o efeito de mobilização, quando essa | mobilização é motivada por considerações j de ordem mais gravo. i

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O Sr. Costa Júnior: — Parecia-me que j assim era. j

O Sr. Ministro da Guerra (Helder Ei- , beiro): — Há muita cousa que parece mas ! não é. ]

Assim V. Ex.a parece que é socialis- j ta, inimigo da sociedade, quando afinal ! não o é.

Foi para efeito de polícia que se fez essa mobilização, para manter a liberdade de trabalho e o serviço de comboios.

O Orador: — Agradeço as explicações de V. Ex.a

Não pode passar despercebido este facto neste momento, e é preciso que se saiba em que o Tesouro se encontra ^ir-ruínado. j

Se vamos por este caminhar, verificamos | que vamos para o fundo se n ao evitarmos i a menor das despesas., j

Infelizmente verificamos que os serviços ferroviários continuam paralisados ou deficientemente organizados. (Apoiados).

Infelizmente nesta hora é incompreen- j sível, que devendo todos empregar esfor- i

cos para conseguir o máximo, se paralisem os serviços de transportes.

Esta atitude é verdadeiramente condenável, e para que não fosse mais longe, o Governo tomou as providências necessárias, mobilizando uma parto do exército.

Mas S. Ex.a fazendo a mobilização parcial contava com determinados factos para cenvocar determinadas classes.

Pregunto:

,?Por que razão convocou S. Ex.a a classe de 1918 para chegar ao quartel e ser dispensada?

^ Quem indemnizará o Estado dêste-grande prejuízo?

Eu pregimto que razão de ordem superior teve S. Ex.a para vmobilÍ7.ar uma parte da classe de 1918 para logo depois a licenciar quando chegou a quartéis!

É justo que se tomem todas as medidas de precaução, mas o que não se compreende é que neste momento se façam dispêndios inúteis.

O discurso será publicado na Integra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Os apartes, -intercalados no discurso, não foram revistos por quem os produziu.

O Sr. Ministro da Guerra (Helder Ribeiro):- — Depreende:se das palavras indignadas do ilustre Deputado que o Governo procedeu, nesta parte, com uma leviandade que o assunto não comportava.

A maior parte dos ataques feitos ao projecto em discussão baseiam-se mais em considerações de ordem política do que sobre a oportunidade deste projecto.

O Governo oncontrou-se em face dum movimento grevista muito grave, não só dos ferroviários, mas também dos transportes marítimos.

Não foi o Governo que lançou essas classes na greve j foram elas que se puseram em greve contra o Governo, e procuram impor uma tirania que não ó de admitir, e em que as próprias classes são vítimas dos seus comités dirigentes.