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Se6»&o de 27 de Outubro de 1920

1915 — 1.° trimestre, 18,05 milhões de libras, etc., etc.

1918 — 2.° trimestre, 19,53 milhões de libras.

Neste ponto tomo a liberdade de chamar a atenção do Sr. Ministro das Finanças para um facto e é que, no 3.° trimestre de 1909 era de 93:300 contos u totalidade do numerário português em circulação; em 1918, 2.° trimestre, era já de 221:000 contos. Houvera pois uni acréscimo de 137 por cento, sem que o equivalente em ouro da moeda portuguesa deixasse de oscilar ern volta de 20 milhões esterlinos, l O por cento mais, 10 por cento menos (números redondos), não obstante as revoluções que se deram nusse período em Portugal e lá fora, não obstante os anos agrícolas ou bons ou maus quê nele decorreram, não obstante, mesmo os quatro anos da grande guerra decorridos de 1914 a 1918.

Para que o equivalente em ouro da moeda portuguesa sahisso fora dos limites atrás, designados, foi preciso que o fim da guerra se anunciasse de modo inequívoco, foi preciso que fracassasse a última ofensiva alemã e que em seguida se assinasse o armistício.

Òpm efeito, o equivalente em ouro da moeda portuguesa foi, a partir do 2.° trimestre de 19Í8, o seguinte:

2.° trimestre, 19,53 milhões dê libras; 3.° trimestre, 22,58 milhões de libras ; 4.° trimestre, 32,57 milhões de libras.

.. 1919 — 1.° trimestre, 36,80 milhões de libi;às.

Í919 — 2.b .trimestre, 32,50 milhões de libras; 3.° trimestre, 29, 7Í milhões de libras ; 4.° trimestre, 26,94 milhões de libras.

1920 — 1.° trimestre j §0,74 milhões de libras; 2.b semestre, 18,71 milhões de libras.

Mostram estes números que d fim da guerra trouxe ao mundo unia anormalidade inesperada, anormalidade essa que fez subir o equivalente em ouro da moeda portuguesa a perto de 37 milhões de librar.. Esta anormalidade iião podia, inaii-ter-se muito tempoj como todas as anormalidades, e por isso o equivalente em ouro da nossa moeda começou logo a bai-

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xar passando pelo valor mérlio de 20 mi-Ihõos no princípio de 1920, descendo abaixo desta média no 2.° trimestre deste mesmo ano e sendo de esperar que continue descendo durante todo este ano e grande parte do que vem Até onde baixará • o equivalente cm ouro da nossa moeda, arrastado pela reacção que se está desenvolvendo contra os primeiros efeitos do armistício? A esta progunta ninguém saberá responder. O tíiais que se pode avançar é que a reacção não poderá exceder a a'cção, o que nos dá para o equivalente em tiiiro o valor mínimo de 3 milhões dê libras e nos diz que o valor médio deste equivalente será atingido de novo em princípios de 1922; o iriáís tardar.

A que distância ficarão os factos destes extremos ninguóm o poderá dizer; mas o que se pode avançar é que oá nossos câmbios tom ainda muitos furos a de^c-er.

O mais que pddembs esperar, Sr. Presidente, é que o equivalente em ouro' da nossa mdeda atinja o nível de 20 millioes efe'te'rlinos dentro de dois anos e que aí sé mantenha coni oscilações' normais cdm-preendidas nos limites de 10 pôr cento para mais ou para menos, o que dará para preço dá moeda de libra ouro o valor médio de 25$, com oscilações que poderão fazer subir á libra ouro a 27650, e que por certo a farão descer a 22$50, se acaso a circulação fiduciária parar nos actuais 500 mil contos;

Sr. Presidente: tínhamos de ver as relações que ligaram entre si ó numerái%id português em circulação 6 d preço de venda da libra ouro, desde 1909 em diàíí-te. E natural é perguntar como se passaram1 as cousas daí para trás.

Procurando elementos relativos ad tempo em que em Portugal vigorava d regime da mdedá de ouro, vi numa obra de Fúschini, que este antigo ministrd da Fazenda avaliava em 90:000 cdntds o valor tdtâl da moeda metálica portuguesa, nas vésperas dá crise de 1891. Ora, ad câmbio de então, 90:000 contos são precisamente 20 milhões esterlinos.