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Sessão d* 28 de Outubro de 1920

blica, porquanto relativamente a assuntos que correm por outras pastas, as ordens são-lhes dadas pelos respectivos Ministérios.

Sobre o assunto, porém, do aparte de S. Ex.a posso dizer que são já várias as vezes que tenho sido procurado por comissões que me têm pedido o cumprimento dessa lei, e tanto assim, que estou disposto a empenhar todo o meu valimento, aliás bem pequeno, junto do Sr. Ministro do Trabalho, para que o assunto se regularize conforme lor de justiça.

Os apartes não f oram revistos pelos Srs. Deputados que os "fizeram.

O Sr. Presidente: — O Sr. Hermano de Medeiros pede para consultar a Câmara sobre se permite que S. Ex.a use da palavra sobre a questão levantada pelo Sr. João Camoesas.

Os Srs. Deputados que autorizam queiram levantar-se.

Pauta.

É regeitado.

O Sr. Hermano de Medeiros:—Kequei-ro a contraprova.

l

O Sr. Hermano de Medeiros : — Sr. Presidente : começo por declarar que tenho o mais profundo pesar, pesar que vem do muito amor que tenho às instituições republicanas e do grande desejo de que a sua honorabilidade seja uma cousa absolutamente intangível, em verificar que um Depurado republicano e dos mais ilustres viesse levantar nesta Câmara uma tal questão.

Trata-se, como há pouco disse, e talvez por unia forma pouco parlamentar, duma questão de barriga. Efectivamente um dos grandes pesadelos da administração hospitalar está na regalia da alimentação concedida aos assistentes do Hospital de Sauta Marta.

Eu vou, uma vez que a Câmara tam gentilmente me concedeu o uso da palavra, fazer um pouco de história acôrca do caso.

Como S» Ex.as sabems os lugares de primeiro e segundo assistentes do Hospital de Sinta Marta foram preenchidos não por concurso ou provas públicas, mas pelo livre arbítrio dos professoras, TÈss©

i. A

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hospital, remodelado pelo grande homem de sciência que se chamou Curry Cabral, passou, mais tarde, a ser considerado como um hospital escolar pela Faculdade de Medicina, ficando a cargo da Direcção dos Hospitais Civis o fornecimento de tudo quanto fosse necessário a esse Hospi-t»l, o que representa nada menos do que dois terços das suas receitas. Nessa altura criaram-se os logares de assistentes por simples favoritismo e ao passo que os assistentes dos hospitais civis que tain-bôm produzem trabalho scientírico, não | auferiam vencimento algum, os assistentes do Hospital de Santa Marta eram remunerados em 616 escudos anuais com direito a comedorias.

Em 1914 passaram os assistentes para o Ministério da Instrução, passando de 216$ a terem 300$, e com direito a eo-medorias, e os assistentes de S. José não tinham nada.

Em 1918 os assistentes venciam 450$ e em Santa Marta 600$ e com comodo-

£É ou não uma flagrante injustiça? (Apoiados).

Há mais, Sr. Presidente : uma lei votada por esta Câmara, diz que aumentados os vencimentos perdem direito às comedorias.

Sr. Presidente., dói em meu espírito de republicano, o ver tanta desigualdade, tanta falsidade, tanta imoralidade.

Eu vou ler a comunicação que fiz.

Levei este documento ao Ministro que lavrou o decreto pelo qual suspende as comedorias.

Eu não tencionava trazer 6ste assunto à Câmara para seu próprio dccftro, mas fui a isso obrigado pelo Sr. João Ca-. moesas.

Agora a Câmara vai ver o que diz o Director da AssistOncia.

Mais edificante é ainda a exposição do Director da Faculdade.

Veja a Câmara, j Provenientes das so= bras arrecadadas !

Quere dizer, as entidades a que se fasK referência, comiam as sobras , . .

j Iam ao osso!

j É uma vergonha ! E dói-rae o coração por ter de expor estes factos.