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porque não conheço a vida académica de S. Jíix.a, eu e os meus conitemporâneos de, Coimbra, sem comedorias, também alguma cousa de útil produzimos para a sciência, e actualmente continuam a abundar essas produções nas gerações coimbrãs, sem que a digestão cerebral-seja auxiliada pola ingestão estomacal, in loco. (Risos). (Apoiados)..

Por isso, sou eu que protesto contra a insinuação do Sr. João Camoesas, de que os segundos assistentes da Faculdade de Medicina de Lisboa só produzem.sciôtrcia tendo almoços e jantares a 035 cada!

Não. E mais nobre e levantado o incentivo dôsses estimáveis estudiosos. Eles mesmos se hão-de sentir agastados com a defesa do Sr. Camoesas, seu colega. (Muitos apoiados}.

Sr. Presidente, a respeito dos factos passados em Santa Marta, fui infurmado por quem de direito o podia fazer. O Ministro não tinha de preguntar ao Sr. Director da Escola, nem ao Conselho Escolar, cousa alguma sobre o assunto, visto que se tratava duma questão de administração dos hospitais civis. Só tinha que ouvir o Director Geral dos Hospitais, e sobre a informação deste funcionário resolver e decretar. Fui informado fidedignamente que havia abusos; e averiguado j que os havia, cortei-os, como sempre os cortarei, emquanto estiver nesta cadeira. (Apoiados).

Os fundamentos, de ordem moral, do meu procedimento, foram simplesmente estes. Os fundamentos que haviam motivado as comedorias, assentavam, como não podiam deixar de ser, na exiguidade dos vencimentos que então percebiam os segundos assistentes. Estes auferiam, apenas, 16$00, e nessas condições justo era conceder-lhes auxílio de alimentação. Foi isto, e não o propósito absurdo de melhorar o ensino pelo processo gastronómico. (Muitos apoiados}.

Disse o Sr. João Camoesas que era apenas, uma diferença de 400$00, anuais o que os assistentes vencem hoje. Eu afirmo a V. Ex.a quo essa diferença orça por uns mil escudos, pois que temos a adicionar, ao vencimento, as ajudas de custo e as subvenções que eles têm como os outros funcionários. Ora desde que lhes cabe esta remuneração, e havia abusos no; auxílio alimentar, em prejuízo do Estado, j

Diário da Câmara dos t)eputados

entendo que a moralidade indicava a publicação do decreto em questão. (Apoiados}.

Não sei, Sr. Presidente, por que razão um professor da Faculdade de\ia comer ali. Si ria também para fixar, no hospital, os professores, como o Sr. João Camoesas alegou, dizendo que as comedorias tinham em mira fixar os assistentes no hospital?

Certamente que não, porque os professores têm. a sua vida profissional não do-cenre, fora dos hospitais.

Quando eu e o meu colega Júlio Dantas, aqui presente, fazíamos serviço de dia no Hospital Militar da Estrela, vencendo os ordenados mínimos da classe, mandávamos vir de casa, ou dum hotel, as refeições e nunca nos queixámos, nem considerámos apoucada a sciência por esse motivo. (Apoiados},

Parece-nie, Sr. Presidente, que está justificada a minha conduta ministerial.-Além disto o Sr. Director dos hospitais, que é um distinto deputado, tem elementos interessantes para mais largamente apreciar o nosso gesto, e S: Ex.a vai usar da palavra, esmiuçando os feitos dos comensais de Santa Marta.

Agora quero referir-me a ontro ponto de que quis tirar efeitos políticos o Sr. João Camoosas, e agradeço mesmo a S. Ex.a o dar-me ensejo de tratar esse as-, sunto. Respeita o caso a subsídios pecuniários para obras de 'beneficência e melhoramentos locais.

S. Ex.a disse que eu distribui esses subsídios a talante da política, mas S. Ex.a não disse que política era essa, se a minha, pessoal, ou a de qualquer dos grupos políticos1 da Camará. Pois bem, desafio todos os lados da Câmaia, a que digam se algum dos seus membros-, tendo vindo pedir-me qualquer subsídio, da natureza daqueles que se trata, eu lho neguei. Não faço política em. questões de beneficência. Sr. Presidente, mas se a tivesse feito, abençoada política essa que somente espalhou benefícios e auxílios aos desprotegidos da fortuna por todo o pais. (Apoiados).

Além disso, quem distribui subsídios ó o Ministro, e eu não abdico noutrem o critério da distribuição, com o direito que me assiste.