O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16

Diário-da Câmara dos Deputados

De forma -que, .Sr. Presidente, este contrato divide-se -ein -dois, .uni ó o aparente, é o contrato entre o Governo e determinadas casas, outro é o contrato -oculto que foi feito .entre essas casas c os Bancos de Portugal .e Ultríimarino. JBem sei que o Banco Ultramarino e Banco de Portugal são duas casas bancárias acreditadas, mas o .que ó facto ó que o país .o a praça hão-de .olhar .para estas operações.

Pregunto: -pela simples diferença entre es 7 por cento da taxa do desconto e os 4 por cento do juro pago pelo depósito, não haveria outras .-casas .que, sem mais .nenhuma comissão se prontificassem a pagar 4 ou '5 por cento ao Estado?

Neste momento, estou convencido que pagavam até 9 por cento.

Houve, portanto, uma eleição, houve uni acto de favor, houve uma -escolha que não foi determinada por ,úm concurso mas .obedecendo -a quaisquer razões e o país -.olhando para essas razões não .as acha claras.

E claro que ,o Govôrno ihá-de dizer ao Banco que vá à -praça buscar os quatro milhões de libras.

Nós mio -temos o direito de duvidar da honorabilidade =de qualquer dos Ministros, porque .são Ministros da República, mas' temos o direito .de julgar esses homens sob o ponto de vista da competência c< incompetência. Para faltas destas ra opi nião pública aponta a poria de sadda -a .este Ministério.

Oh! Sr. Presidente, basta ver que :êste! assunto mão foi tratado em. Conselho de. Ministros! :

Tudo isto reverte tom .desfavor da .'Re-, pública e faz com ;qnie -amanhã ,a opinião^ .jpública diga que =0s .dinheiros da Eepú-blica são desbaratadas.

Ês-te Governo ó proeiso que saia -do Poder para que o país não suspeite do!> .Poder!

Sob .o pfonto de -vista írnsineeiro .a questão está «definida,; vamos agora a-o ponto .do vista comercial.

O Governo .diz que compra trigo na .América -e na Austrália. '

Existem dois banqueiros -qiire não «Só; v.endedores de trjgo e-fazem. uaturaknen-! te, as .suas combinações >e conluios scom; os produtores ,de [ferçigo., ;e ío cvntr.&letir-

.apenas tem -cinco dias para verificar se há ou não trigo mais barato.

Ora, esta função de controleur não -é exequível porque nesse curto espaço de tempo não tem tempo para investigar.

Mas reparem numa outra cousa: qual a forma que o contrante descobriu neste, contrato:

O controleur não1 pode .abrir concurso •nom impor multas, que depois não verifica, sobro um determinado preço.

Há duas facturas, como há, sempre, duas escritas: uma para,o público outra para eles. <íDe p='p' que='que' tem='tem' modo='modo' garantia='garantia'>

-Absolutamente nenhuma.

Haveria se se pusesse o problema por outra forma.

Não têm ;que nos mostrar facturas, sendo exclusivamente .os financeiros da operação.

•Não há prazo de cinco dias. O Estado e os senhores só têm de financiar a ope-ração quando o -Estado indicar.

Pois não ésassim?' O Estado é infantil para aquela gente.

Qualquer criança entrada nos meios financeiros faz isto em dois minutos.

O Estado, repito, -não acautelou os interesses de todos nós.

Dizem eles: «nós vamos empregar fos nossos bons ofícios para as .descargas se efectuarem» ... Ora, isto é ridículo. (Apoiados).

Disse o Sr. Ministro das Finanças que a operação está perfeitamente garantida.

O Sr. Ministro não reparou que as -casas que figuram oficialmente, como fazendo operações comerciais, são absolutamente diferentes das que fazem operações financeiras.

Não ..entregando o dinheiro, o Estado -requere a abertura dafateffcia dessa-casa que 'nãorentregará os depósitos na devida -altura. E o-que se tem feito, malbaratando os dinheiros que outros lhe -conferem.

Agora refiro-me ao peso específico do trigo.

O Governo tem feito contratos .-garantindo que o peso específico rser-á de 77,78, e, afinal, ó de 75. Isto é fundamental para o -preço -do trigo.

Pergunto: £ Onde ;está, .neste contrato, «a mais pequena .alusão .ao peso -específico do trigo ?