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Diário dá CàrAára doa Deputado»

Sobre o contrato dos trigos eu direi o seguinte:

Tendo nós, no uso pleno dum direito, publicado as conclusões numéricas a que levam o contrato do trigo, com a sua (mica interpretação, o Sr. Presidente do Ministério disse-nos: £ Porque não esperaram as explicações do Sr. Ministro das Finanças?

A resposta ó simplesmente esta:

Não tínhamos de esperar explicações para interpretar uma cousa qtie não pode ter Outra interpretação.

Os contratos valein pelas suas letras, e tanto nós interpretávamos bem, que na convenção coiii os Bancos os contrat£intes têm de assinar, por qtie nessa convenção eles queriam introduzir um novo contrato.

Mas, Sr. Presidente, porque se enganaram na entrega dos juros, o resto não vale nada.

Mas ã conclusão, nho com respeito a juros, a conclusão á que se chega é que o Estado emprega dinheiro amais do que é preciso nuína operação em que se confessa devedor num dado momento.

"As conclusões estão todas na última cláusula.

E'i hei-de provar as conclusões relativas a todas as hipóteses.

O Sr. Ministro veio estabelecer nina comparação entre a minha oratória e a de João Arroio; eu também direi que a oratória do Sr. Ministro é fraca perante a de Mariaho de Carvalho.

Efflfim, às conclusões são de que o Estado empfega dinheiro a mais e fica devendo dinheiro. (Apoiados).

Nesta resposta vai também a resposta àquilo que lá fora chamam falsidades ao que o rneli partido num manifesto publi1 coii. A resposta vai daqui desta tribuna.

O- quê eles querem, a despeito de tudo, é ficaf com o contrato, e assim dispensam todas, as cláusulas.

A República tem sempre a dignidade para responder: não! Não aprovamos tí contrato.

Eji sei que protestam, sei que se abrem rivalidades, mas o Estado deve aproveitar essas rivalidades. A República vai abrir concurso, a República demonstrará que não faz contratos á porta fechada.

O orador não reviu.

O Sr. Júlio Martins:—Sr. Presidente: vem a Câmara discutindo há dias o s-cé-

lebres contratos do trigo e dos carvões que o Governo, a despeito do Parlamento, resolveu fazer por intermédio dos Srs. Ministros das Finanças e da Agricultura.

Eu tenho seguido com atenção toda a discussão feita sobre o assunto» e cada vez tenho mais a convicção de que o Governo e a Câmara só tGm um caminho lógico a seguir, que é a anulação pura e simples dos reíeridos contratos.

Mas talvez não diga bem, porque temos estado a discutir dois contratos e, na verdade, não são dois contratos.

Existe o contrato de trigo, mas o dos carvões ó só uma minuta de contrato, visto que só o assina o Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Ministro das Finanças,, que foi para Londres à procura de permis, como o outro andava à procura do badalo, /iprcsenta um contrato em que a outra parte contratante não assina.

Não pode ser.

A-Câmara e o País estão interessados neste assunto e, por mais silêncio que sobre ele queiram fazer os interessados, a verdade há-de ser mostrada em toda a sua clareza.

Sr. Presidente: disse muito bem o meu camarada e amigo, o Sr. Cunha Liai, que não podia o G.ovêrno, com a autorização existente, fazer estes contratos, porque não p.odia dispor dos 15:000 contos que estavam adstritos às subsistênciàs públicas.

E porque as leis de 30 de Julho de 1913 e 29 de Maio de 1920 não permitem esses contratos.

Essas leis São expressas, mandando entrar na Caixa Gorai de Depósitos todo" esse dinheiro.

£ Porque é que o Governo se sobrepõe às leis da República e esquece o que está escrito nas leis?

^ Que política é essa que o Governo tem seguido até hoje, tendo no interregno parlamentar feito o que quis'e criando a situação a que chegámos?

Veja o Governo a situação cambial. Veja o custo da vida.- Veja também a preocupação constante em que vivemos.