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Fechou com divisa cambial de 8, pouco mais ou menos, e ainda vem para baixo. Se está demonstrado que as perdas do Estado andam por 50 mil contos, eu então pregunto, quando os câmbios descerem á divisa de 5 e o preço dos trigos for maior, quanto perde ele?

Onde nos pode levar esta confusa política de abastecimentos é que eu não sei. (Muitos apoiados).

Mas eu pregunto porque é que se tem perdido tanto dinheiro com o nosso abastecimento de trigos ? Por muitas circunstâncias, mas principalmente por uma grande falta, não digo já de previsão, mas de conhecimentos sobre tal assunto. Não é uma afirmação gratuita e sem fundamento a que acabo de fazer, mas uma verdade incontestável que facilmente surgirá a quem se der ao trabalho de verificar a forma como têm sido feitos até hoje os fornecimentos deste cereal. Tern--se comprado trigo por todo o preço, fechando-se muitas propostas de compra sem sequer serem submetidas à apreciação da respectiva comissão, por falta de tempo. Tem sido efectivamente um grande mal esse do abastecimento de trigos. Era necessário remediá-lo, ^uias como pretende o Governo fazê-lo?

Com os contratos que acaba de trazer à Câmara.

^Mas então não há o direito de pre-guntar ao Sr. Presidente do Ministério e ao Sr. Ministro das Finanças porque se escolheram as casas Nápoles e Tota para contratantes e não se abriu de preferência um concurso entre todas as casas do País?

,; Então se o Governo trabalhava ainda ontem com essas casas, aceitando-lhes as suas propostas e considerando-as habilitadas a entrar em determinadas negociações, para que nos fomos dar ao luxo de mandar o Sr. Ministro das Finanças a Londres escolher determinadas casas?

Por outro lado, o Sr. Ministro das Finanças que julgava indispensável o concurso para fornecimentos mínimos, julga poder dispensá-lo quando se trata da aquisição de 200 mil toneladas de trigo?

Isto não faz sentido e por esta forma não robustecemos, evidentemente, a força da República.

Sr. Presidente: eu digo, como o ilustre Deputado Sr. Cunha Liai, que efectivamente é de supor que se erga neste pais

Diário da Câmara dos Deputados

um clamor da parte dos que não entraram no negócio.

Tanto me importo com uns como com outros. O que quero é para todos a mesma igualdade de tratamento. O que eu quero é que as cláusulas que uns tem de cumprir os outros também as cumpram.

Eu sei que quando as comadres se zangam as verdades descobrem-se.

É muito bom que existam as comadres; ao Governo compete ouvir unias e outras e dentro das normas da justiça carregar sobre todas.

Sr. Presidente: hoje ó já difícil discutir os contratos, porque, como disseram os Srs. Cunha Liai o António Fonseca, tais contratos já não existem.

Mas sendo assim, <_ que='que' tais='tais' sentir='sentir' e='e' governo='governo' finanças='finanças' existem='existem' certo='certo' estou='estou' é='é' dizendo='dizendo' sr.='sr.' tranquilizam='tranquilizam' desta='desta' o='o' p='p' câmara='câmara' nos='nos' ministro='ministro' das='das' contratos='contratos' não='não' porque='porque' interpretando='interpretando'>

jVamos fazer isto inteiramente à luz do dia! j Vamos realizar as maiores condições de interesse para o país! jVamos realízer uma nova política de trigos e de abastecimentos!

;.Fica mal ao Govôrno? ^Fiea mal ao Sr. Presidente do Ministério e ao Sr. Ministro das Finanças? Evidentemente que não fica.

E não me venham.dizer, como quis insinuar o Sr. Presidente do Gov.êrno, que esta questão é já uma questão política da nossa parte. Eu estranho ouvir falar desta maneira. Esta questão ó, sim, política, mas de alta política, política económica, política de abastecimentos; e mal vai aos Governos que em frente das acusações que lhes são dirigidas pelas opo-sições — acusações fundamentadas em números e- argumentos, e no desejo de erguer alto o prestígio e os interesses do país — mal vai aos Governos que se querem por todas as maneiras agarrar às cadeiras do Poder; mal vai aos Governos fugirom às discussões em que os lançámos, argumentando cora a politiquice, que vai até o ponto de serem trazidas a debate as condições de republicano dum homem como o Sr. Inocôncio Camacho.