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O Orador:—Faço votos para que o ^descalabro em que vivemos, do qual com -certeza, os menos culpados são os Ministros que se assentam nas cadeiras do Po-«der. (iVao apoiados). Paro aqui e que no iuturo possam vir melhores dias a esta Pátria, porque eu vejo horizontes* tam escuros como quando nos dizia aqui nesta tribuna no ano passado, que se não tivéssemos juízo chegaríamos a ter libras a •30$ e pesetas a 1$, constituindo isso íi desgraça da nossa situaçílo cambial, qne irá a pior se continuar como temos vivido.

O que será a ruína para todos nós...

O Sr. Júlio Martins : ~ E para a República.

O Orador: — Contra o. quo não toin havido a coragem de protestar, porque para «sta situação tem contribuído quási todos. (Apodados).

Mas já que não temos tido juízo, é tempo ainda de começar a tê-lo. (Apoiados).

j iii tempo ainda de pôr o problema de fomento, ê com o trabalho houosto e tenaz de todos nós podermos levantarmo--nos!

Uma voz:-jecto.

• Começaremos por 6ste pro-

O Orador:—Por este projecto levante-mo-nos.

Estes contratos são feitos com boa fé e honestidade, e até no momento próprio.

Todos os oradores que me precederam íissiin o reconheceram. Toda a Câmara o •sabe; ninguém ignora as condições ignóbeis que se fizeram ao- redor da compra •de trigos.

O mou ilustre amigo, ex-Ministfo da Agricultura, Sr. João Gonçalves, acaba de dec'arar uma das manigâncias mais •«orréntes: a dos navios fantasmas.

S. Ex.a entrou para o Ministério e imediatamente lhe começaram a segredar que não havia trigo senão para alguns dias.

O mosino sucedeu ao meu ilustre amigo 'Sr. João Luís Ricardo e com todos os Ministros que se têm sentado nas cadei-a-as do Poder.

Parque?

Porque naturalmente o navio fantasma

Diário da Câmara dos Deputado?

quo pairava estava esperando oradiogra-ma que lhe dissesse -que podia vender mais caro a sua carga.

O ilustre parlamentar o meu velho amigo Sr. António Maria da Silva declarou aqui ontem mais uma das manigâncias usuais: quando houve um concurso que durou três meses, em busca do preço mais barato e em que cada dia aparecia um preço mais barato sempre, para que o contrato se não fizesse; a fome chegasse e depois houvesse a necessidade de comprar por qualquer preço.

Com o carvúo o que sucedeu?

Eu posso dizer a V. Ex.!l o quo durante a guerra e ainda quando o Governo Inglês nos mandava o carvão directamente, sucodia frequentes vozes.

Eu tinha então a honra do estar na presidência da Associação industrial c muitas vezes recebia a notícia do que o Governo Inglês nos tinha inundado uma determinada quantidade de carvão.

Dava-se, porém o caso de quo tal combustível nunca vinha para os industriais, apesar de nunca faltar para os negociantes...

Interrupção do Sr. Aníbal Lúcio de Azwedô

O Orador:—-Qmmdo V. Ex.a foi Ministro eu já não tinha a efectividade na Associação Industrial.

O que eu posso dizer a V. Ex.a ó que tendo ido uma ocasião ao Ministério dos Negócios Estrangeiros criticar a situação, no tumpo em que era Ministro um homem que está acima do todas as suspeitas e íi quem eu presto aqui a minha homenagem — o Dr. Augusto Soares — vieram segrc-dar-me ao ouvido:

. Vocês não têm carvão porque não dão gorgetas.

Sr. Presidente: tom-se criticado aqui o Sr. Ministro das Finanças porque ele teve a coragem de vir dizermos uma verdade.

Seria mais cómoda escon.dê-la mas o mundo é como ó e não como o devia ser, e ó preciso que a verdade se conheça seja ela qual for.

Mas, Sr. Presidente, queria ou dizer há pouco a razão porque se tinha feito os contratos.