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cít 15 de Novembro de JP30

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de falar em inspectorados técnicos, algumas rápidas elucidações sobre a matéria, em todos os seus graus, desde o grau sanitário, ao grau meramente técnico, é, em toda a parte do mundo, uma instituição florescente e individualizada. E sob o ponto de vista da sanidade do trabalho que eu, dada a minha especialidade, posso apreciar melhor a função de tal organismo. E nesta parte é a acção desse ins-pectorado tam notável que da boca do Sr. inspector chefe dos serviços fabris, na Holanda, ouvi a afirmativa, proferida numa comissão de que ambos fizemos parte, de qiie grande parto dos progressos industriais da Inglaterra se podem atribuir ao seu magnífico inspectorado sanitário. É que esse inspectorado não tem o simples papel de ver se as cousas se fazem, conforme estão escritas. Tom de inquirir tudo quanto com* elas se relaciono e do adoptar, a cada momento, novas regras que a experiência vai impondo. Sr. Presidente, se tomo um certo interesse nestes assuntos é .porque eu sou daqueles que entendem que os inspectorados técnicos tôni uma t funcção dupla : fiscalizar e transformar. É porque entendo que esses inspectorados têm, de preencher na organização dos Estados futuros uma função de incalculável importância, para o que vem a capacitá-los a sua magnífica evolução em todo o inundo civilizado. Eles serão no mundo político futuro, qne a evolução vasará em moldes sindicais, o agente óptimo do ligação o coordenação, 'impon-do-se pela mais respeitável das autoridades — a do saber.

Sr. Presidente: creio firmemente que esta 'evolução ó inevitável, porque o sistema da sindicalização dos serviços acorda-se como nenhuma outra com a realidade e porque a vejo de facto já em marcha nas nações que guardam a dianteira do progresso no nosso tempo, e por isso não posso deixar de maneira alguma de me apaixonar um pouco perante esta parte do trabalho do Sr. Ministro, visto que ela fere de morte uma instituição que precisa pelo contrário ser adaptada às condições modernas ; porque ela há-de ser no futuro, repito, um magnífico agente de ligação entro a autoridade central e os diversos organismos, que peio próprio corpo da sociedade o em contacto cora ela hão-• do ir a todo o instante promovendo uma

mais perfeita coordenação e estimulação de todas as actividades.

Si\ Presidente: veja V. Ex.a, como já viu certamente a Câmara, quanto é interessante, debaixo do ponto de vista prático, o assunto que a reforma do Sr. Ministro do Comércio põe em problema. E verifique V. Ex.a, Sr. Presidente, como S. Ex.a nos prestou um alto serviço só por ter dado aos homens públicos de Portugal o ensejo de manifestarem o seu conhecimento, o seu saber, sobre um problema que é dos mais interessantes.do nosso tempo, agitando se e debatendo:se naquela parte da esfera da nossa actividade em que a questão política coincide absolutamente com a questão social. Por isso S. Ex.a só por esse motivo tem direito a ser credor da estima de todos nós.

Ditas sinceramente estas palavras creio que S. Ex%a, embora duma maneira errada, duma maneira incompleta, pôs em fórmula resolvente o mais importante dos problemas que, dentro da República, pode ser posto, tanto mais que ela tem sido uma servil herdeira da monarquia, nada sabendo transformar, nada sabendo criar de novo. Sim, porque a monarquia vive ainda em Portugal, vive na desorganização dos serviços, vive na incompetência duma burocracia que não soubemos adaptar aos novos métodos de acção, continuando até o próprio Parlamento modelado nas normas que mataram a monarquia; que não morreu por ser monarquia apenas, mas por se ter tornado iuadaptá-vel à sociedade portuguesa e colocado em perfeito antagonismo com a vitalidade nacional.

Tenho dito.

O Sr. António Maria da Silva: — Sr.