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Sessão de 8 de Dezembro de 1921

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serviços, se possa aguentar, porque as suas receitas são insignificantes.

Entretanto, só os armazéns que os exportadores de vinho têni em Gaia ocupam uma vasta extensão da vila, precisamente aquele- espaço que podia ser ocupado por outro comércio ou novas industrias, c elos não se desalojam dali para que se desenvolva outro- comércio compensador para o concelho.

O comércio exportador de vinhos tem as suas casas e escritórios no Porto; é á cidade do Porto quo pagam os seus tributos e ao concelho de Gaia nem ao menos o cumprimento de agradecimento pelo tacto de lá existirem esses armazéns de retém que só são prejudiciais ao concelho de Gaia e que melhor era saírem de lá.

Se os arnia/éns que existem em Gaia não podem, polo facto de lá existirem, contribuir para as despesas do município, melhor é lá não estarem porque deixariam o espaço livre para outro comércio. V. Ex.a sabe bem quo não é nas regiões sertanejas da vila que se vão montar empresas comerciais, que se vão montar indústrias, ó precisamente nos centros populosos ou perto deles que as indústrias podem ter possibilidade, e não exactamente cm terrenos que estão a ser ocupados por armazéns que nenhum proveito trazem à vila.

Diz-se : vão mudar-so os comerciantes para Matozinhos.

Estou absolutamente convencido de que não, ainda quo lhes aumentem três escudos em pipa. Não era fácil aos comerciantes irem para Matozinhos porque têm maiores vantagens em Gaia, onde dispõem do uma linha de caminho de ferro que conduz até lá os vinhos do norte fazendo igualmente chegar até lá as aguardentes do sul.

Eu quero que os Srs. exportadores me digam se tom estas vantagens no concelho de Matozinhos o se os exportadores que estão colocados em Matozinhos não ostão em enorme desvantagem em relação aos exportadores que estão em Gaia.

Desafio, portanto, os Srs. exportadores a quo só mudem, e pena é que a Câmara não lhes possa dar mandado de despojo por falta de pagamento, porque estando dentro do concelho e não pagando nada, bom seria que pudessem ter mandado d© despojo,,

. Com a questão essencial era mostrar que de facto o concelho tem necessidades, e essas necessidades foram já bem demonstradas pelo meu ilustre colega Sr. Domingos Cruz, como era necessário mostrar que os comerciantes não têm vantagem em mudar de Gaia para outra parte, e como era importante mostrar-se que o tráfego intenso feito sobre carros do bois nas ruas da vila danificam imensamente o seu calcetamento e é justo que sejam as pessoas quo aproveitam com esse trafego que paguem 'esse calcetamento, suponho que a Câmara está suficientemente elucidada sobre estes ,pontos.

É importante notar aqui uma circunstância, para provar a benemerência dos Srs. exportadores de vinho. Nesta representação que tiveram o ensejo do enviar n esta Câmara, com cousas infundadas, diz-se que tem contribuído largamente para o calcetamento das ruas da vila. Ora ainda há bem pouco tempo, já depois da lei de 1859 estar em vigor, um ilustro comerciante lembrou-se de fazer uma subscrição para o calcetamento das ruas; porque o calcetamento era muito comprido, rendeu a subscrição setenta escudos, subscrevendo Cie à sua parte com quinze escudos, —quinze escudos!— com a condição de levarem o calcetamento até a sua porta.

Voja-se a generosidade desses Senhores exportadores; ofereceram 15 escudos para a Câmara fazer o calcetamento!

Sr. Presidente: concordo plenamente com as palavras do Sr. António Maria da Silva, quando diz que são legítimos os interesses que redundam em benefício para o país. De facto reconheço que todos os interesses das entidades; agricultura, comércio e Câmaras Municipais, se devem conciliar, o estou convencido do que a Câmara dará o seu voto ao pró* jecto quo foi apresentado pelos Srs. Deputados por Gaia.

.Os comerciantes ofereceram à Câmara de Gaia o pagamento de 2 escudos por pipa.

A média entre os 5 escudos cobrados pela Câmara, e os ^ escudos mie foram oferecidos, é de 3 escudos e meio. Porém, o projecto apresentado fixa o pagamento de 3 escudos por pipa de 500 litros,