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Sessão de 11' de Fevereiro de 1921

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b~er o que se havia passado para informar o Ministro, independentemente mesmo de este pedir quaisquer informações.

Passado tempo, chegava ao meu gabinete, por intermédio da repartição do Comando, uma cópia da acta da reunião, e uma declaração do capitão de mar e guerra, médico, o Sr. Peres Rodrigues a quem presto as minhas homenagens de admiração pelas suas qualidades de patriota e republicano, porque sou sempre justo em todos os actos da minha vida,

Eecebi, pois, a cópia da acta e a declaração em meia folha de papel, do Sr. Peres Rodrigues. Nem mais um relatório, nem mais uma informação, nem mais uma conclusão, sequer ! Absolutamente, mais nada!

Sr. Presidente: li os documentos que recebi e é curioso!

O Sr. Leote do Rego. — &V. Ex.a dá-me licença? Estou ouvindo cora toda a atenção e com todo o interesse a exposição que está sendo feita pelo Sr. Júlio Martins, mas não posso deixar de interromper S. Ex.a para declarar desde já que estranho que não esteja presente o Sr. Presidente do Ministério e Ministro interino da Marinha, a fim de dar à Câmara explicação da crise que se deu.

O Sr. Presidente: — A falta foi minha. Eu é que não deveria ter dado.a palavra ao Sr. Júlio Martins sem que estivesse na Câmara o Sr. Presidente do Ministério. Declaro, porém, que já comuniquei para o Ministério pedindo a S. Ex.a que não se demorasse em comparecer "aqui.

Segundo o Regimento, o orador não pode falar mais, visto que já passou o período de dez minutos que é dado a cada orador, antes da ordem do dia, mas, se a Câmara consentir, S. ExA poderá continuar, desde que não queira interromper o seu discurso para voltar a falar quando chegue o Sr. Presidente do Ministério.

O Orador: — Eu desejaria antes continuar a falar.

O Sr. Plínio Silva:—V. Ex.a é que deve resolver...

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis: — ^Quem está com a palavra?

O Sr. João Camoesas: — \ Isto não é um café!

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — j Basta a presença de V. Ex.a aqui para que pareça estarmos num café!

Vozes: — Consulte a Presidência a Câmara sobre se o Sr. Júlio Martins pode ou não continuar no uso da palavra.

O Sr. Presidente consulta a Câmara.

Vozes: — Fale. Fale.

O Sr. Eduardo de Sousa: —V. Ex.a consulte a Câmara e põe a voto. A Câmara manifesta-se por sentados e levantados.

Faço esta proposta.

O Sr. Vitorino Guimarães: — Sr. Presidente : em n'ome do Partido Republicano Português, devo uma explicação.

Entendemos que era urgente, necessário, indispensável a assistência do Sr. Ministro interino da Marinha. Mas, pela muita consideração pessoal que tenho pelo . Sr. Júlio Martins, se ele entende que deve continuar a usar da palavra mesmo na ausência do -Sr. Ministro interino da Marinha e Presidente do Ministério, admitimos que continue. (Apoiados).

O Sr. Presidente: — Os Srs. Deputados que entendem que o Sr. Júlio Martins pode continuar no uso da palavra têm a bondade de se. levantar.

A Câmara consentiu.

O Orador: — Sr. Presidente: o major gencfal da armada, embora por intermédio da Secretaria do Comando, enviou um relatório sem informação, sem qualquer opinião nem indicação sobre o assunto. Uni simples documento, sem uma declaração do Sr. Peres Rodrigues que presidiu à sessão.

Li com atenção esse documento.

Sentam-se aqui, nesta Câmara, militares que muito respeito e considero. Têm perante a disciplina a mesma norma de conduta, os mesmos laços morais os prendem na hierarquia militar.

Apelo para a sua consciência.