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Sessão de 11 de Fevereiro de 1921

A nossa marinha de guerra não tem um navio capaz de dar um tiro e possui, no emtanto, vinte e três almirantes. É uma marinha de guerra que não se compreende !

Era absolutamente indispensável que essa instituição militar fosso cada vez mais forte e firme. Era absolutamente indispensável que a nossa tradição nela renascesse, porque num país como o nosso, com uma faixa maritima tam extensa e com um domínio colonial tam grande, ó uma vergonha e uma miséria ter a marinha como ela se encontra! (Apoiados).

Honrei-me extraordinariamente, pois, em assumir a gerência da pasta da marinha.

Passados dias, retini, talvez pela primeira vez, o estado maior naval, para com ele trocar as minhas impressões acerca do que eu entendia que devia ser a nossa marinha de guerra. Falei mesmo ao Sr. Ministro da Guerra, e disso dei conta ao estado maior naval, no desejo que eu tinha de reunir o Conselho Supremo de Defesa Nacional — homens de terra e homens do mar — para que, duma vez para sempre, definíssemos o nosso pensamento militar, porque, na situação em que nos encontramos de permanente instabilidade governamental, eu queria que, sem nos importarmos com os homens que caem, estabelecêssemos, por uma vez, o pensamento único da defesa nacional. (Apoiados).

Após isto, e dali a alguns dias, foi-me preguntado se eti receberia uma comissão de oficiais da armada, representantes do Clube Naval, que me queriam entregar uma mensagem. Respondi que com todo o gosto aceitaria o avistar-me com essa comissão e, efectivamente, passado algum tempo, a referida comissão entrava no meu gabinete.

Faziam parte dela oficiais que eu conhecia e outros que eu desconhecia. No número daqueles que eu conhecia, entravam o deputado desta Câmara Sr. Domingos Cruz, o Sr. Queimado do Sousa e .um homem que eu muito respeito pelas suas qualidades de republicano e de patriota, o Sr. Prestes Salgueiro. Leram--me a mensagem, ouvi-a ler com toda a atenção e incitei os oficiais a que trabalhassem pelo engrandecimento da marinha de guerra. Pedi-lhes mesmo que de-

senvolvessem mais os pontos versados na * mensagem e declarei que, em princípio, estava de acordo com eles. Lembra-me até que, falando-se sobre as obras do Alfeite, à frente das quais está o Sr. almirante Parreira e dois oficiais que extraordinariamente a elas se têm dedicado, trabalhando dia e noite, eu disse que trataria com todo o amor do desenvolvimento dessas obras, arrancando ao Senado um projecto de lei que lá existe, para / assim habilitar esses oficiais à continuação de tam grandiosas obras.

Estava, em princípio, de acordo com os pontos fundamentais dá mensagem. Alguns até eu tinha já tratado. Realmen-te, já tinha requisitado, oficialmente, ao Ministério do Comércio a barca Flores, a fim de servir para instrução das praças.

Sr. Presidente: foi esta a conversa. Foi esta a lealdade com que falou o Ministro da República aos oficiais que lhe foram entregar uma mensagem para que se tratasse do desenvolvimento da marinha de guerra!

Passado tempo, publiquei um decreto ressuscitando o quartel de marinheiros em Alcântara, e pondo-o na sua anterior situação, absolutamente igual à situação em que se encontrava antes do dezembris-mo. Ressuscitei, sim, o quartel de marinheiros e honro-me, como Ministro da República e republicano, de ter colocado esse quartel na sua anterior situação. [Apoiados). Era uma aspiração de todos os republicanos que sentem a República como eu a sinto! (Apoiados).