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Diário da Câmara dos Deputados

O chefe de gabinete imediatamente, julgando,tratar-se de qualquer equívoco, disse: «E o Sr. Ministro da Marinha». O aludido oficial retorquiu: «Não sou obrigado a cumprimentá-lo pessoalmente».

Pois eu consegui recalcar toda a minha indignação de homem e, como Ministro da República, manter ò prestigio e a serenidade inerentes ao alto cargo que exercia !

"Limitei-me a dizer para comigo: «Engole tudo porque és Ministro da República e a República deve erguer-se bera alto, acima de todas as vaidades e paixões dos homens».

Mas eu já não vi o Centro de Aviação, porque não vi mais nada!

Apareceu-me o comandante Sr. Cer-queira, a pedir-me desculpa de não se ter apresentado e eu não me lembro se lhe estendi a mão...

Chamei os oficiais para lhes dizer aquilo que dizia sempre a todos os oficiais dos vários estabelecimentos militares e disse--Ihes que ia ali, em nome da República, trazer-lhes as minhas saudações e os meus cumprimentos.

Veja V. Ex.a como eu ergo a República tam alto, como eu amo a República mais do que a mim próprio! Veio depois 'o comandante Cerqueira que eu considero como bom e leal republicano, como homem que tem prestado altos serviços à Pátria e à República, com quem posso não concordar em processos políticos, mas que muito considero pelo seu patriotismo e amor à República.

Sr. Presidente: depois falei aos sargentos e praças, dizendo-lhes que todo o português deve ter orgulho em vestir uma farda debaixo da qual palpite um coração em que pulse o. amor pela Pátria e pela República.

Sr. Presidente: não compreendo a disciplina militar pela forma como foi tratado um alto funcionário da República. Terminei com um viva à Pátria e à República. Saí do Centro de Aviação e fui visitar a esquadrilha de submersíveis; cumprimentei o comandante e o imediato. Vi o quê desejava ver; falei aos oficiais, aos sargentos, aos cabos e aos marinheiros, e sempre as mesmas palavras'de saudação, de disciplina.

Sr. Presidente: £ então a República está tam decrépita que em presença de infe-

riores, de praças da armada, se desrespeita um Ministro da Repúb..ica?

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^ j Então o Ministro da República ó. esperado num centro de aviação e os oficiais negam-se a apertar-lhe a mão dizendo ,que o não conhecem ?!

E isto mais que suficiente para se ser punido com o regulamento cisciplinar. .

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Sr. Presidente: apliquei a pena que a disciplina indicava, e come», sou homem leal, digo, se estivesse na minha mão, aplicaria a demissão. (Apoiados).

Sou homem franco e dum temperamento inflexível em questões de disciplina.

Depois constou-me que se havia constituído um complot contra o Ministro. Não tive conhecimento oficial dessa solidariedade, mas fosse ela de quem fosse, viesse da mais alta-figura republisana ou fosse do mais baixo talas sã, eu f,plicaria sempre a mesma pena.

Os regulamentos fizeram-se para se cumprirem. Se há solidariedade para os oficiais, tem de haver também para sargentos e praças.

A continuarmos assim, não merecia a pena o país gastar 200:000 contos para não haver nem disciplina, r.em prestígio.

Aqui tem V. Ex.a, Sr. Presidente, como os factos se passaram.

Apliquei a pena e pensei em convocar o Conselho de Ministros para'expor o que se passava. O Conselho já estava convocado e esperei quo reunisse

Reuniu o Conselho e fui dos primeiros Ministros a terem a palavra e expus os factos.

Ali foram relatadas desculpas que até mim'não haviam chegado e apresentadas pelo Sr. major general da armada. Foi o Sr. Presidente do Ministério que as transmitiu.

A Câmara pode ver a maneira fantástica como o Sr. major general da armada justificava o facto do me ter mandado os referidos papéis e não terem vindo pela repartição respectiva,