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Diário da Câmara dos Deputados

em métodos e em processos scientíficos. Em segundo lugar essa sciêneia deverá referir-se principalmente à técnica de conjunto, à tática, à estratégia e à organização de novos serviços, mas não virá, por certo, influir essencialmente nos processos de instrução preparatória de recrutas, que tem por fim trasformar um 'homem num soldado, adaptá-lo a essa nova vida onde ele vai ser a molécula, a parcela de corpos, com mais complicada estrutura, onde aqueles novos processos melhor e mais convenientemente se aplicarão.

A instrução do recruta é uma preparação elementar essencial, que pouco ou nada variou com os ensinamentos da Grande Guerra.

Os pequenos defeitos, as pequenas omissões que aqueles ensinamentos tenham posto a nu, devem inegavelmente ser modificados ou extirpados, mas daí a propor-se, que se adie, sine die, a instrução dos recrutas, o que equivaleria a anulá-la para sempre, é medida não só contraproducente e atentatória dos interesses militares, que o mesmo é dizer, dos da pátria, como também inútil e precária, por não ter aplicação directa e essencial na instrução dos recrutas.

Sobre a questão económica ventilada, por haver redução de despesas com a aplicação do princípio preconizado no projecto, nada digo, visto que ela já foi claramente explicada nesta Câmara pelos oradores que me precederam.

Não desejo cansar mais a atenção da Câmara, repetindo argumentos já expostos e por isso vou concluir afirmando que em face do que foi dito pelos Srs. Américo Olavo e Pereira Bastos, distintos militares e nossos prezados colegas, e ainda pelas considerações que acabo de fazer, a Câmara compreenderá bem que eu jamais poderia dar o meu voto a este projecto..

Tenho dito.

O Sr. António Granjo:—r Sr. Presidente: dizia eu ontem que só muito tardiamente se tinha travado nesta Câmara uma discussão sobre a política militar, felicitando --me, no emtanto, por que essa discussão corresse nos termos mais elevados, manifestando-se por parte dos oradores que a trataram a maior competência e patriotismo. Dizia eu, também, que já era tempo de pensarmos em modificar a actual

organização do exército, e que não havia necessidade para tanto de esperarmos os relatórios que os estados-maiores dos países beligerantes houvessem de publicar; e que mal andaríamos se estivéssemos à espera deles, porque só muito tarde eles seriam publicados, e só muito tarde os respectivos estados-maiores chegariam às definitivas conclusões a tirar c.êsses documentos. Creio eu que os relatórios dos estados-maiores russo e japonês só apareceram bastantes anos depois de terminada a guerra russo-japonesa, e os relatórios do conflito que termino'! pela vitória dos aliados serão—pareco-me—não só mais importantes quanto ao número e à qualidade das operações, mas ainda muitíssimo mais importantes "pela jnatu-reza dos novos processos táticos, pela qualidade e importância do novo material utilizado, e por outras razões ainda que são conhecidas de todos.