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Sessão de 23 de Fevereiro de 192 í

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projecto de lei apresentado pelo Sr. Plínio Silva por o julgar mais razoável, tanto mais que é certo que S. Ex.a já declarou que a aprovação desta proposta pode dar lugar a injustiças e a situações de desfavor, sendo eu de opinião que se devem tomar +odas as medidas para se evitar essas injustiças.

Quaisquer outras considerações que eu haja de fazer, as farei quando se discutir a proposta do S. Ex.a, e por isso direi à Câmara que ligo uma grande importância a assuntos de carácter militar, por mínimos que me pareçam ser, quer sob o ponto de vista financeiro, quer sob qualquer outro ponto de vista, pois que são para rnim neste momento os problemas máximos.

É preciso, Sr. Presidente, que nós não nos esqueçamos da paz universal que se vai realizar, na qual se tratará do desarmamento.

Sr. Presidente: se é certo que a Inglaterra e a América do Norte passaram desde logo os seus efectivos a um número -egual, ou um ponco superior, aos que tinham antes da guerra, não é menos certo que estas duas nações estão tratando de aumentar as suas esquadras, e aumentando-as por forma a já se prever uma próxima guerra naval.

Por todas estas razões, eu entendo que o estado maior se não devia limitar a dar um parecer nos termos em que o deu, apenas olhando para a questão financeira pois ele, no meu entender, devo estudar profundamente a reorganização do nosso exército em harmonia com as novas condições criadas pela guerra e bem assim em harmonia com o papel que tenhamos a desempenhar, qner sob o ponto de vista da nossa situação no continente, quer sob o ponto de vista das nossas colónias, pois quer queiramos ou não teremos de entrar nessa próxima guerra, como tivemos de entrar na guerra que acabou.

Eu quis, Sr. Presidente, apenas defender os meus pontos de vista, esperando que os profissionais tratem do assunto de forma a que não tenhamos amanhã de atirar aos quatro ventos aquilo que estamos a fazer.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas,

O Sr. Presidente:—Está em discussão a acta.

Os Srs. Deputados que a aprovam queiram levantar-se.

Está aprovada.

O Sr. Presidente:—Tem a palavra o Sr. Leote do Rego para um negócio urgente.

O Sr. Leote do Rego : — Sr. Presidente: devendo partir amanhã para Moçambique o- Sr. Brito Camacho, Alto Comissário nessa província, eu proponho que se consigne um voto de saudação a S. Ex.a, em que vá, por parte de todos os seus colegas desta Câmara, toda aquela consideração que eles têm por S. Ex.a e a confiança absoluta de que ele saberá desempenhar-se como ó devido do seu cargo. (Muitos apoiados}.

Há muitos anos que não mantenho relações pessoais com o Sr. Brito Camacho, nem eu sei já porqu«.

Há muitos anos que nos não estendemos as mãos; isso, porém, nada quere dizer. Tive, porém, sempre uma grande consideração pela inteligência de S. Ex.a e pelo seu grande patriotismo.

Eu tenho pela província de Moçambique um grande amor. Quando lá cheguei pela primeira vez, Moçambique era ainda uma aldeia, e a cidade da Beira não existia sequer. Durante as minhas, viagens eu fui vendo surgir, pouco a pouco, grandes cidades, grandes portos e grandes melhoramentos, tudo obra de portugueses: de capitais, de energias e de sold.a-dos portugueses. Moçambique pode hoje considerar-se a nossa maior glória com-tomporânea.

Eu fui companheiro de António Enes nas suas viagens a Moçambique; percorri a província toda e por lá deixei —posso dizê-lo com orgulho— alguns pedaços da minha carne. Não admira, pois, que eu tenha por essa província todo o carinho e todo o amor.