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Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Sá Pereira: — Requeiro a contraprova.

Confirmou-se a rejeição.

O Sr. Santos Graça: —Peço a V. Ex.a que dê para ordem do dia de amanhã o projecto n.° 503-B.

O Sr. Presidente:—Vai continuar em discussão o projecto n.° 641-A, e tem a palavra o Sr. Pereira Bastos.

O Sr. Pereira Bastos: — Sr. Presidente: foi com a maior satisfação que assisti ao discurso proferido pelo Sr. António Granjo, que manifestou não só a sua já conhecida qualidade de homem público e de homem de estado, como também a qualidade de um profissional completo.

O seu discurso, porém, tem duas partes, uma que se refere à actual organização do exército, e a outra que se refere à proposta em discussão, e as suas considerações a esse respeito vieram reforçar aquelas que eu já tinha feito nesta Câmara.

Disse S. Ex.a que nós não podemos esperar pelos relatórios dos exércitos aliados, porque isso levará ainda muito tempo, para proceder à reorganização do nosso exército.

Eu já disse ontem aqui por mais de uma vez que reconheço a necessidade de se começar a organizar o nosso exército ; porém, entendo que não é este o momento oportuno para se fazer isso de ânimo leve.

Não quero dizer com isto que se espere pelos relatórios dos exércitos aliados, pois que não há dúvida que isso leva ainda muito tempo.

Acho eu que essas alterações devem ser feitas sem pôr de parte por completo o que está feito, por isso que, tendo tido a consagração da guerra, não é justo quo, de ânimo leve se ponha de parto, repito, o que está feito, simplesmente pelo prazer -de apresentar um trabalho novo.

S. Ex.a referiu-se ainda àquilo que viu fazer na mobilização.

Sr. Presidente: a organização não tem culpa dos defeitos que a mobilização acusou.

As experiências de mobilização que deviam ter sido feitas por ocasião das escolas de repetição não se fizeram sempre;

houve apenas três anos em que essa experiência se fez, e cousa curiosa, no ano em que, justamente, se queria dar início à nossa preparação para a guerra deixaram de se fazer as escolas de repetição com o pretexto de se não ir para a guerra. Se os nossos concidadãos que em caso de guerra são chamados às fileiras tivessem tido a necessária instrução militar, não se teriam manifestado certamente os defeitos consideráveis que o Sr. António Granjo viu.

Mas, há mais; essas experiências de mobilização que eram as escolas de repetição não tinham unicamente por fim encaminhar os militares no seu dever, mas tinham também o fim de modificar o procedimento das nossas autoridades civis que, por via de regra, em questões militares são dum completo e absoluto desprendimento.

Posso garantir a V. Ex.£> e à Câmara que a maior parte das faltas cometidas pelas praças licenciado^ não são da sua responsabilidade mas da responsabilidade das autoridades civis que chegam por vezes a não afixar os próprios editais que os comandantes das unidades lhes transmitem já prontos, editais que já vão prontos e a que apenas falta a goma para colocar nos sítios respectivos. Portanto todos esses males, todos esses defeitos que S. Ex.a viu por ocasião da mobilização não são da culpa da organização mas da falta de exercício, de treino* e de muitas outras cousas que se dão num país onde a gente que sabe ler os editais que se publicam é muito pouca.

Reíeriu-se também S. Ex.a aos processos novos de combate que certamente podem ter influído, e hão-de influir, naquilo a que nós profissionais chamamos tática, mas, na parte orgânica, não influiu na maneira como se .mobilizai-am efectivos tanto em França como cá.