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Sessão de 8, 11, 12 e 13 de Abril de 1921

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nomes" e o Sr. Cunha Leal já foi um dos indicados. Apartes.

O Orador: — O Sr. Cunha Leal deve fazer parte dessa comissão.

É necessário quo dessa comissão façam parte membros do Parlamento.

Eu não levanto suspeitas contra ninguém, mas posso dizer que sei qno no funcionalismo do Ministério da Agricultura há verdeiras incompetências, e muitos deles, se eu ainda estivesse no Ministério, estariam já reformados.

Esse Ministério necessita ser coinpleta-mente reorganizado.

Apartes.

Essa comissão, para poder chegar a bons resultados, tem de ser constituída com pessoas conhecedoras do assunto.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e, interino, da Agricultura

(Bernardino Machado) (interrompendo):— Essa comissão é constituída por pessoas de reconhecida competência e o nome do Sr. Cunha Leal já foi indicado.

Apesar da comissão não ser parlamentar, alguns Srs. Deputados estão indicados para dela fazer parte, pela sua competência no assunto, e V-. Ex.a é um deles.

O Orador: — Declaro já que me recuso a entrar nessa comissão, sem isto significar menos consideração para com o Sr. Presidente do Ministério por não aceitar ^ o sou convite.

Apartes,

O Orador : — O problema dos trigos em Portugal é muito complexo.

Quoro ter neste Parlamento a liberdade de poder apreciar os trabalhos dessa comissão, ou de outra qualquer comissão que trabalhe sobre o assunto.

A comissão nomeada não deve seguir a orientação que têm seguido outras comissões que têm sido nomeadas e compostas de técnicos.

Sr. Presidente: vejamos outros aspectos da questão das subsistências.

O Sr. João Gonçalves falou da questão dos azeites. Quando S. Ex.a decretou a liberdade do comércio do azeite, o azeite passou a vender-se por alto preço.

S. Ex.a começeu a reconhecer o mau caminho da liberdade de comércio do azeites, e nomeou uma comissão para tratar do assunto.

Eu desafio a oleicultura portuguesa a que me demonstre honradamente que ò seu azeite este ano lhe ficou a mais de

m.

Mas, admitindo mesmo que lhe ficou a 1$, vendendo-o a l $50, já teriam um lucro bastante elevado, 50 por cento.

O Governo, porém, fixou-lhe o. preço de 2(590, e o azeite está sendo vendido a 6$ e U.

O Sr. António Granjo, tam vidente e previdente nas questões de agricultura e subsistências, estava nesse tempo no Ministério da Agricultura, e não teve uni director geral de estatística ou qualquer outro que o informasse, nessa hora, de que a colheita do azeite era extraordinariamente escassa, pois era a décima parte da colheita anterior..

Então teríamos o azeiíe muito mais barato, porque haveria a concorrência dos óleos com o azeite. E este não teria atingido o preço exorbitante a que chegou.

Isto era em Agosto, antes da feira de Beja, onde vai o gado para os montados.

Foi por estas razões que chegámos à clégringolade actual.

Falta o azeite, porque foi fixado a um preço muito alto, e foi fixado a um preço muito alto por culpa da liberdade de comércio em regimes anteriores.

A culpa aqui é de nós todos, porque desde a primeira hora que se devia ter estabelecido um programa de subsistências, feito de acordo entre todos os partidos, sem estarmos sujeitos às campanhas de imprensa, quási sempre ditadas por interesses não satisfeitos.

O regime do tabelamento trouxe depois o ruinoso regime do comércio livre.