O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de S, li, 12 e 13 de Abril de 1921

95

ilustrada, pode ser um belo artista, mas não ganha mais do que uma libra em papel.

Disse o Sr. João Gonçalves que tentou comprar aos nossos africanistas as oleaginosas pela cotação mundial e que esses patriotas tiveram a audácia de responder ao representante do Estado que não lhas vendiam porque esperavam coloca Ias por um preço mais elevado.

Isto é extraordinário.

Sr. Presidente: eu. vejo que toda esta gente, quando sobe ao poleiro, tem uma opiniãe perf. itaniente contrária àquela que defende quando está nestas cadeiras.

Eu, quando estive no poleiro, fiz tudo quando pude. E para me tirarem de lá chanuvam-inc incendiário e assassino.

Isto é uma fita de 40:000 metros, com o hom m macaco de cócoras, às 7 horas da tarde, atrás do biombo...

Risos.

O ouro que viesse da exportação do amendoim produzido pela nossa pequeníssima província da Guiné correspondia a 50 por cento das necessidades que o país tem para a compra do trigo que consome.

E isto o que não se explica, e é exactamente o que eu não posso compreender, que todos os homens públicos da minha terra, sabendo onde está o mal, sabendo onde o devem atacar, sempre que vão ao Poder não tom a coragem precisa para o enfrentar, perdem quási a noção das cousas.

Kós vemos até, agora, o Sr. Presidente do Ministério que, sendo contrário a tais medidas, nos vem pedir uma autorização parlamentar, mas não nos diz para que a quer e.

j Realmente eu não sei o que S. Ex.a pretende! E era interessante que o país soubesse o que o Governo pensa fazer em matéria económica. Mas mesmo S. Ex.a não sabe para que quere a autorização parlamentar, pois que nos diz que virá aqui depois trazer o resultado dos seus estudos, j Talvez S. Ex.a venha aprender connosco praticamente, visto que na sua idade já não se aprende com livros!. . .

Risos.

E extraordinário também que aqui não se venha dizer que é necessário permitir--so o aumento de salários, quando se declara quo as condições para o comércio

pioraram em consequência da baixa do câmbio.

£ Porque não se. permite esse aumento? Eu então estaria de acordo com V. Êx.as

O Sr. António Granjo: —

Há uma frase, já consagrada pelos eco* nomistas, que diz assim : acabou a guerra, acabaram-se os salários da guerra.

Quere isto dizer que se não há lucros de guerra, se se não dão esses lucros ao capitalista, ao industr/ial e ao comerciante os salários de guerra têm de desaparecer.

O Orador:—Estamos de acordo!

Mas se se permitem lucros de guerra a uns, têm ~de se permitir a outros. Porém, ^porque é que quando os trabalhadores do Alentejo quiseram, no uso do seu direito, emigrar para Espanha, ganhar menos que em Portugal, ao par, porque vão ganhar 2 duros, o que, aliás, para eles representava 20$, as autoridades portuguesas impediram a sua saída?

Isto é um a"buso de Poder, como agora o foi o acto do actual Sr. Presidente do Ministério mandando encerrar a Associação^ dos Manipuladores de Pão.

Este acto de S. Ex.a vem impedir que rapidamente, como é mester, se resolva essa magna questão do pão.

O Sr. Eduardo de- Sousa: —O que eu não compreendo é que falte o pão num país onde há tantos pãezinhos. (Risos).

O Orador: — Diz V. Ex.a muito bem. Efectivamente existe uma elite republicana, como no tempo da monarquia existia uma elite monárquica; principalmente depois de todas estas festas religiosas dos últimos tempos surgiu uma elite de adelai-dinlias e. .. pêras! (Risosj.

O Sr. António Granjo pôs as mãos na cabeça quando supôs que o regime das oito horas de trabalho se generalizava aos trabalhadores do campo.

Hoje 6 caso para os burgueses porem as mãos na cabeça, mas, no dia em que os trabalhadores trabalharem para si e não para meia dúzia de mandriões que vivem à sua custa, o regime das oito horas de trabalho há-de ser um facto.