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Diário da Câmara dos Deputados

as oito horas, ainda vá, mas que se negue ao operário o direito de ganliar mais dinheiro pelo seu esforço e pelo seu trabalho, essa é que se não compreende, e devo dizer mesmo que é uma violência.

Estabelecido o preço mundial do trigo, eu creio que se desenvolveria notavelmente a área da cultura em Portugal; assim como creio que desaparecendo os fa-voritismos da nossa legislação à moagem, esta reduziria a sua acção às proporções necessárias.

Devo ainda lembrar que as nossas condições climatéricas não são favoráveis à cultura dos trigos, principalmente porque o regime das cheias é muito irregular; por isso devemos lançar os olhos para os planaltos de Angola, onde já uma parte de capital há empregado por homens que a essa tarefa se têm devotado.

Tal medida seria de todo o ponto conveniente para suprir o actual déficit, mas é preciso que o Governo dê todas as facilidades e meios necessários para fomentar a cultura cerealífera em Angola, produzindo . lá o trigo para a colónia e o necessário para cobrir o déficit do cpnti-nente.

Dentro de dois anos, nós teríamos resolvido a questão cambial.

O Sr. Dias da Silva:—Resolvida em parte.

O Orador: — E depois de resolvida a questão cambial teríamos a questão financeira a entrar em solução; do contrário, dificilmente resolveremos o problema económico e financeiro.

Nem tabelamentos iiem restrições de qualquer ordem poderão resolver o problema, tudo isso servirá apenas para continuar a alimentar os especuladores, a política continuará a ser sempre Eum veículo de tratantes e espv^culadores de toda a espécie, não ] orqu.) os políticos se mancomunem com f-sses tratantes e especuladores, mas porque a organização actual lhes serve admiràye':nente para a sua especulação.

Sr. Presidente: espero assim que a minha moção receba o voto favorável desta Câmara; parece-me que nenhum escrúpulo haverá em ela ser aprovada, porque se é certo que o Governo não nos disse o caminho que b á a sejpiir, se ó

certo que não nos informou devidamente do sentido dos decretos que se propõe publicar, com esta moção por mini apresentada damos ao Governo uma autorização, é certo, mas também lhe impomos um mandato dentro do qual a sua acção ter?í de se desenvolver.

O Governo fica sabendo qua\ a vontade da Câmara, e a Câmara fica certa de que o Governo cumprirá a sua vontade.

Tenho dito.

Lida a moção, foi admitida.

O orador não reviu.

O Sr. João Gonçalves : — Sr. Presidente : poucas palavras tenho a acrescentar às que ontem proferi nesta casa do Parlamento.

Apesar do Sr. António Grã ajo, ilustre paladino da liberdade de comércio, ter vindo à liça em defesa da mesma liberdade, ó justo acentuar que S. Ex.a nfio se declarou abertamente a seu favor. Falou em liberdade de comércio com restrições, por emquanto, de fornia a preparar o caminho para a plena liberdade de comércio. Creio que é essa a aspiração de todos nós.

As medidas que se têm adoptado sobre subsistências têm sido postas em prática de tal maneira que não temo» noste momento indicadores seguros sobre a facilidade da execução dessas mesmas medidas. De tal maneira só tom conduzido a política portuguesa que, quando se estabelece um determinado critério, logo os interessados estão na certeza de que passados dias essas medidas hão-de ser mo-difica