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Sessão de 8, .11, 12 e 13 de Abril de 1921

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vrador se convencer da sua eficácia sem necessidade de tais subsídios.

-O Orador: — S. Ex.a com o caso que apontou só veio confirmar a necessidade de estabelecer esse subsídio.

O lavrador tem sempre receio de se meter em innováções pela possibilidade de perder o seu dinheiro ; nesta altura é que se torna necessária a concessão do subsídio. É 'claro que depois dele se compenetrar das vantagens das máquinas agríco-colas e de as adoptar regularmente, esse subsídio se torna absolutamente dispensável.

O Sr. Estêvão Pimentel : — Em teoria V. Ex.a tem razão. Efectivamente assim devia ser, mas não é, porque se o Estado vai comprar máquinas agrícolas o fornece Ias aos postos agrários, para estes praticamente patentearem as vantagens da sua utilização, o lavrador nunca mais as adquire, tam farto está ele de verificar a improdutividade desses postos o a inconveniência dos seus processos.

O que é preciso é que os principais lavradores de determinada região as adquiram e as utilizem, e ossos não precisam do subsídios. V. Ex.as sabem que em todas as regiões existem sempre dois ou três lavradores que pela sua fortuna ou pelos seus conhecimentos são verdadeiros oráculos. Basta que esses indivíduos comecem a empregar essas máquinas, com resultado, para que todos comecem a utilizá-las. Eniquanto isso se não fizer, com subsídio ou som ele, a introdução regular dessas máquinas não passa duma aspiração da nossa

O Orador: — Não chagam a ser objec-ções as palavras do Sr. Estêvão Pimen= tel; ao contrário, elas constituem excelen= tes argumentos em meu favor.

Se a administração dos postos agrários fosse feita competentemente e da sua acção resultasse um exemplo que servisse de estímulo e de lição aos agricultores, decerto esse subsídio não seria necessário, porque eles se apressariam a imitar os seus processos, adquirindo as mesmas máquinas e os mesmos utensílios.

O posto agrário tem ainda o velho de-• feito do- se deixar dominar por um espírito meramente teórico i

Não é exacto que os lavradores em Portugal, mesmo sem subsídio, tenham feito experiências de lavoura mecânica, como aqui foi dito.

Somente no Ribatejo alguns as fizeram, mas, conforme se verifica, alguns desses lavradores realmente perderam dinheiro, e é então justo que o subsídio se dó a esses lavradores para que façam experiências com mais confiança, para que a lavoura com maquinismos entre, no seu sistema, e isto principalmente no Ribatejo.

No norte, onde os terrenos são muito acidentados, a lavoura mecânica não daria resultados, pois seria necessário empregar tractores de grande força.

Onde a lavoura, com maquinismos^ tem lugar apropriado é no Ribatejo.

Desde que esse sistema de cultura entre nos nossos costumes, no sou período de experiências o Estado não se deve retrair a dar subsídios, porque com o au* mento da produção, pelo respectivo imposto, o Estado receberá em duplicado ou em triplicado as quantias que despendeu. (Apoiados).

Por isso sou pelo subsídio à lavoura, para esse fim, e sou ainda pelos prémios de cultura, mas não sou. pelos bónus de adubos.

Não sou pelos bónus de adubos porque eles não seriam aplicados à devida cultura, à cultura dos trigos, mas nas culturas da aveia e em outras, para as q.uais não ó conveniente o subsídio.

Apartes.

Foi por estas razões que eu resisti a solicitações para a concessão dôsses bónus, porque não teriam a devida aplicação.

Apartes.

Desde que o preço do trigo desse menos lucros que a aveia, o lavrador aplicaria o adubo para a aveia, porque procura sempre o maior lucro, como o comerciante e o industrial.

Apartes.

O Sr. Estêvão Pimentel, lembrando-me as dificuldades que há em se aplicar o critério da compra de trigo nacional pelo preço mundial, visto que esse preço varia dia a dia, dissera anteriormente que a moagem era obrigada a comprar o trigo nacional ao preço estabelecido pela respectiva comissão: