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Diário da Câmara dos Deputados

cessário, olhando não só à questão eco-dóniicii, mas, também, à questão política, porque eu não desejo que ninguém tenha motivos para se revoltar contra as instituições .'

. Se houver violências e elas forem frequentes, não se discutirá se são motivadas apenas pelo regiine dos abastecimentos, e atribuir-se hão as culpas, eni geral, às próprias instituições.

O Sr. Presidente: — Será, talvez, preferível V. Ex.a ficar com a palavra reservada para amanhã.

O Orador:—Peço a V. Ex." licença para fazer agora apenas mais umas breves considerações, como homenagem aos oradores que me antecederam.

Entendo, também, que não podemos continuar a todos os dias tornar cada vez mais aflitiva a situação financeira do País para resolver o problema dos abastecimentos.

Eu já ontem disse aqui que nós, em vez de nos abastecermos todos à custa do Tesouro, devemos fazer com que cada um pague o verdadeiro preço do pão que consome, não deixando de olhar para a assistência que é indispensável dar-se a todos os necessitados.

Estou trabalhando com esse intuito.

Aproveitando o trabalho dos meus antecessores espero conseguir uma redução no déficit a que o Sr. António Granjo se referiu, que tom sido de 50:000 contos e que, como S. Ex.'" dit>so, poderá elevar-se a 100:000 contos, atendendo-se à actual situação do câmbio.

You reduzi-lo já de 7:000 contos.

O Sr. António Granjo:—Isso não é nada. Pode até provir da diminuição de preço do trigo.

O Orador: — Muito ou pouco o que eu desejo acentuar é que os meus propósitos são também no sentido de conseguir que o Tesouro deixe de ter o pesado déficit que tem pelo actual regime de abastecimento de pão.

Já que se trata dum pedido de autorização, pedido que faço constrangidamen-te, permitam-me que responda ao orador que disse que eu solicitava autorização para abastecimentos, más que não pedia

autorização para desrespeitar a lei, como no caso, por exemplo, da liberdade de reiluião.

Acabamos de votar uma amnistia larga. ..

O Sr. Sá Pereira:—Escandalosamente larga.

0 Orador:— Sivja escandalosamentclar-ga, para mostrar quanto foi extensiva a todos os presos por questões políticas e sociais.

Foi larga, portanto, para que ninguém pudesse duvidar, neste momento histórico, dos sentimentos humanos da Kepúbli-ca Portuguesa.

Honrou-se o Parlamento. Essa obra seria bastante para todos lá for.a respeitarem o Parlamento da Eepública como sendo digníssimo representante da Nação.

Mas se a República acaba do fazer essa amnistia, a Eepública, o qae não podia do maneira nenhuma era consentir reuniões sediciosas. (Âpoiadcs).

E ó preciso notar: nós estamos neste momento homenageados pelas visitas dos nossos hóspedes que vieram como que iniciar a propaganda deste Portugal lá fora, e temos de contar com a grandeza destes homens que nos visitam.

1 E neste momento que se lançam bombas ! j Que há agitadores dentro duma classe!

Era minha obrigação mandar encerrar a ca?a onde se faziam essas reuniões; não era só um direito, era um dever, como chefe do Governo. (Apoiados).

Aqui tem o Sr. Augusto Dias da Silva a minha resposta.

A desordem, o ataque, neste momento, podiam afectar não só a ordem pública, mas até a honra da Nação.

Isso não podia sor.

Vozes : —Muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Presidente:—As ccmissões do orçamento e finanças reúnem amanhã durante a sessão, se a Câmara o permitir.

A primeira às 15 horas; n segunda às 17.