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Diário da Câmara dos Deputad&s

posta, S. Ex.a trouxe-nos uma rectificação, que eu já tinha feito também.

De maneira que, Sr. Presidente, sobre a primeira proposta, eu tinha sido imediatamente, decisivamente, perante as pessoas que ma apresentaram, oposto às conclusões a que a comissão chegou. Sobre a segunda, está claro que fiquei muito encantado com a economia que se me propunha, e efectivamente creio que todos estimariam que se tirasse o máximo partido do aproveitamento das farinhas, mas fui imediatamente estudá-la e pôde fazer rectificações semelhantes àquelas que o ilustre Deputado acabou aqui de fazer.

Sr. Presidente: no meu Ministério trabalham todos, e eu terei muito desvanecimento sempre em aproveitar todas as colaborações ; mas no meu Ministério quem governa sou eu, emquanto for Ministro. Por conseguinte, no dia em que o Sr. Deputado vir, efectivamente, um relatório adoptado por mim, então creio que o poderá discutir contra mim, se tiver uma opinião contrária à expendida nele; mas emquanto esse relatório estiver ainda dentro do Ministério, sem que eu sobre ele me tenha pronunciado, eu acho que será cedo para me atribuir a sua paternidade e sobretudo a sua responsabilidade. Eu, como S. Ex.a lembrou, já disse aqui que o dom principal do homem é a tenacidade nos seus propósitos de Estado, é o dom de criar colaboradores; mas há-de permitir-me S. Ex.a que eu os crie livremente, que não me subordine, exactamente, por mais que eu considere o funcionalismo, aos seus trabalhos. Aproveito-os naquilo que entendo ser útil — e quando falo dos colaboradores não me refiro propriamente aos colaboradores oficiais, que até certo ponto me são impostos e contra os quais eu posso ter muitas vezes, até, a minha opinião; refiro-me sobretudo, aos colaboradores que escolho livremente. Supúnhamos, por exemplo, que V. ,Ex.a me dava a honra de ser meu colaborador! Então sim, —e ainda outro dia solicitei o seu concurso — então, eu assumiria as responsabilidades que daí derivassem.

Sr. Presidente: eu disse há pouco que não era apenas aquela redução que depois verifiquei que não se dava.

Por mim, estou decidido a fazer dentro do Ministério da Agricultura, na questão

do pão, uma verdadeira revolução, o que todo o País deseja.

Nos até hoje temos seguido ente sistema de partir do preço pelo qual se tem de vender ao povo o trigo, para se chegar aos outros preços, aos preços que tem de ser vendidos nos mercados & o Estado tem de ceder o trigo à moagem.

Nós temos com esse sistema vivido num artifício.

Ainda no outro dia o Sr. António Granjo considerava que a perda que o Estado teria este ano deveria ser do dobro que tem sido, e que chegaria a 1:000 contos.

Isto não pode ser, e é indispensável não perder nada na compra do trigo.

Nós não podemos continuar no artifício em que temos vivido, estando a vender a ricos e pobres um pão por um preço de prejuízo para o Estado.

Eu tenho aqui os preços do pão em todos os países da Europa e em nenhum se compra pelo preço que se compra em Portugal.

No meu Ministério, se efectivamente este Ministério durar, pelos s;eus serviços, e nem. pelo receio de outro pior, eu hei-de realizar esse e outros actos de economia e saneamento, e hei-de 'praticá-los não digo cruelmente para ninguém, mas severamente.

Agora vamos a reduzir às justas proporções o projecto que tive a honra de mandar para a Mesa.

Este pedido de autorização apenas tinha duas leves modificações comparado com os outros pedidos de autorizações que já foram votados.

Disse-se que eu pedia autorisiação para medidas de fomento. Não pedi autorização no sentido latitudinário da, palavra, mas só para medidas de fomento agrícola, e já tive ocasião de dizer, ein resposta ao Sr. Jorge Nunes, que a minha idea era como que dar um bill de indemnida-de ao que já tinha sido publicado, e fazer algumas modificações em providências publicadas, como por exemplo no que se refere ao açúcar de beterraba, em cujo diploma é necessário fazer es devidas modificações.