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Diário da Câmara dos Deputados

Vários ped;dos foram dirigidos, então, ao Conselho de Administração no sentido de considerar esse dia como feriado, inas este declarou que os não podia deferir, visto que a lei a tal terminantemente se opunha.

,;Pois sabem o que fez o engenheiro Sr. Pedro da Costa V Mandou licenciar todo o pessoal sob as suas ordens, isto é, cerca de mil e tantos operários.

Em face dum tal procedimento o conselho da direcção intimou o referido engenheiro a dar explicações, mas o Sr. Pedro da Costa entendeu que não devia responder sob o pretexto de que o conselho de administração se lhe dirigira inconvenientemente.

Em presença de tal atitude, o Conselho de administração preguntoii-lhe se ele sabia qual o caminho que tinha a seguir, ao que o Sr. Pedro da Costa respondeu que sim, que sabia, que devia demitir-se, mas que o não fazia por sua iniciativa; que se o quisessem demitir que o demitissem.

Nestes termos, o engenheiro Sr. Pedro da posta foi demitido do seu cargo.

É nesta altura que surge a campanha contra a direcção dos ba-irros sociais, campanha de ódio e de despeito, movida por esse indivíduo, de braço dado com Alberto Mano. Esta é a verdade.

£ Corno ó que o interesso levou estes dois homens a estarem tam juntos que quási se confundiram?

Eu quero, Sr. Presidente, convencer--rne de que o Sr. Ministro do Trabalho foi embrulhado nisto tudo por criaturas sem escrúpulos.

f.Quere V. Ex.:l saber quem são as outras duas testemunhas do Sr. Ministro do Trabalho V Eu vou dizer.

Uma delas é o Custódio de Mendonça. Esta miserável criatura nem ao menos poupou a honra de homem público que eu estava habituado a ver honrado e respeitado por todos: refiro-me ao Sr. João Luís Ricardo, homem que tem uma vida lio arada que pode servir de'exemplo a muitos. Não foi só este.

Esse preverso • Custódio de Mendonça não poupou também outro homem igualmente honesto e que tem sofrido os maiores ataques dos republicanos — o Sr. António Maria da Silva, actual Ministro das Finanças.

No emtanto, esta miserável criatura continua ainda hoje como director de uma das repartições do Ministério do Trabalho.

É certo que quem o trouxe para o partido socialista fui eu, mas a seu pedido, e julgando tratar se de um homem sério e não de um miserável.

Eu julguei que um homem qie vestia gabardine, usava monóculo e tinha a cara lavada tinha também limpo e arrumado o espírito.

Risos.

Esse homem foi substituir Alfredo Franco no jornal onde assumiu a direcção.

Um dia procurou-me e disse-me: Ó Dias da Silva, o jornal precisa modificar-se; é necessário torná-lo um jornal moderno !

Com isso cçncordo eu, lhe respondi.

Pois b'em, retorquiu ele, é preciso dinheiro e para o angariar você há de permitir uma coisa: ó que eu faça a propaganda da entrega dos bairros sociais. E não duvide do êxito, porque nessa altura já serei ministro, pois já tenho uma boa recomendação do Júlio Martins.

Sensação.

Esse homem não perdeu a esperança; . e, então, criticando a minha ingenuidade, apontava a honestidade de processos de vários homens da República. Dizia-me esse homem: Estás com esses pruridos de honestidade, e não vês o Ministro do Trabalho ? Como pode esse Ministro manter a sua Tribuna no Porto? <_ p='p' que='que' pode='pode' fazer='fazer' milagres='milagres' pensas='pensas'>

Sr. Presidente, é ês.te homem uma das testemunhas.

A outra testemunha é o Sr. Luís Soares. Não conheço o Sr. Luís Soares na sua intimidade; sei só dizer o que comigo se passou.

Esse homem tentou, até este momento, conjugar a sua situação de testemunha com a sua situação a dentro do Ministério do Trabalho. Esse homem, uma vez, creio que era então Ministro o Sr. Bartolo-meu Severino, puxou duma pistola, no gabinete do próprio Ministro contra, o seu director, Sr. Francisco Grilo.