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Sessão de 22 de Abril de 1921

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O Sr. António Granjo (interrompendo):— V. Ex dá-me licença? Mas, não era um debate. Quanto ao facto de um Ministro da República precisar desde já rebater qualquer argumentação, ninguém lhe nega esse direito.

O Orador: — Sr. Presidente: a questão que S. Ex.a levantou nessa altura, estava nas mesmas condições desta. Se não era um debate, podia motivá-lo.

(j Porque não deixar que o Sr. Ministro do Trabalho 'responda imediatamente, desde que S. Ex.a chamou a atenção da Câmara, para um ponto importante, qual é o de, há perto de 3 semanas, a honorabilidade de S. Ex.a andar a ser tocada por toda a gente. E, se porventura o Sr. Dias da Silva quiser replicar, é dever da Câmara consenti-lo, porque nós estamos aqui para trabalhar. E ainda se, depois de o Sr. Ministro do Trabalho ter respondido ao Sr. Dias da Silva, houver um requerimento para generalização do debate, pode a Câmara pôr-se em sessão permanente. Porque não fazer isso?

Agora, Sr. Presidente, colocar-se a Câmara a dentro das formas rígidas do Regimento, evitando a votação de um requerimento, acho que é demais.

O Sr. Ministro do Trabalho é digno da consideração desta Câmara, e para terminar direi que pode S. Ex.a contar com o meu voto e com o do Grupo a que pertenço.

Tenho dito.

O orador não revi^l.

O Sr. José de Almeida: — Sr. Presidente: pretende o Sr. Ministro do Trabalho usar da palavra, ou antes, que se realise uma sessão nocturna, a fim de S. Ex.a responder ao Sr. Dias da Silva, porque entende que. as palavras que esse Deputado proferiu não podem ficar sem uma imediata resposta.

Sr. Presidente: a susceptibilidade do Sr. Ministro do Trabalho pode ser legítima e não seremos nós quem lhe negará essa legitimidade. Mas, neste momento, permita V. Ex.a e a Câmara que eu também, com todo o calor da minha alma e com todo o calor que ponho nas minhas palavras, diga a S. Ex.a e à Câmara que essas susceptibilidades não se respeitaram para com outros indivíduos,

cuja honra não deve merecer menos consideração do que a de S. Ex.a

O Sr. Dias da Silva há muitos dias que anda nesta Câmara a querer usar da palavra para tratar deste assunto, e com toda a paciência —ele e nós— temos deixado que outros assuntos se debatam.

Nas palavras do Sr. Dias da Silva não há cousas, a nosso ver, que possam ferir, e de tal modo, a susceptibilidade do Sr. Ministro do Trabalho, que este precise de lhe dar uma imediata resposta. O Sr. Dias da Silva foi de toda a correcção, e por consequência podia o Sr. Ministro do Trabalho responder na sessão de segunda feira.

Porém, como S. Ex.a quere responder agora, ou numa sessão nocturna não seremos nós que lhe negaremos esse direito, se a Câmara assim o entender.

O orador não reviu,

O Sr. Ministro do Trabalho (José Do-mingues dos Santos): — O meu desejo, Sr. Presidente, era que me fosse concedida a palavra a fim de poder responder e defender-me das acusações que me foram feitas.

Este é o meu intuito e o meu maior desejo, mesmo porque não quero de forma alguma que possa ficar no espírito da Câmara e do público, uma má impressão, não usando eu, e quanto antes, da palavra sobre o debate, de forma a poder-me defender das acusações que me foram aqui feitas.

O Sr. Presidente:—Eu peço aos Srs. Augusto Dias da Silva e Ladislau Batalha o favor de fazerem um pouco de silêncio a fim de eu poder falar e de forma a poder ser ouvido pela Câmara.

Eu devo declarar em abono da verdade ao ilustre Deputado Sr. Augusto Dias da Silva que há pouco empregou palavras pouco parlamentares e porventura mal-soantes.

Creio bem que S. Ex.a as empregou num momento de exaltação e sem o intuito, estou certo, de melindrar a Câmara ou qualquer dos seus membros.