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Diário da Câmara dos Deputados

importante, creio que não deverá ficar em suspenso até segunda-feira. E assim, caso a Câmara não queira continuar agora, eu peço que seja marcada sessão nocturna a fim de eu responder nela ao Deputado qiie acabou de falar.

Vozes: — Fale desde já. Fale! Fale!

Outras vozes : — Não pode ser. Fica para segunda-feira. . Levantam-se protestos.

O Sr. Ministro do Trabalho (Domingues dos Santos): — Preciso responder quanto antes aos ataques de que fui alvo para que no espírito público não fique a idea ds que os Ministros da Kepública inventam complots.

Vozes: — Muito bem. Fale! Fale! Agitação na Câmara.

O Sr. Ministro do Trabalho (Domingues dos Santos): — Eu fiz um requerimento. Peço, pois, a V. Ex.a que o submeta à votação da Câmara.

Sussuro.

O Sr. Presidente (agitando a campainha) : — Peço a atenção da Câmara.

Peço aos Srs. Deputados que ocupem oi3 seus lugares.

Pausa.

Parece-me que é à Mesa que, dentro do Regimento, pertence dirigir os trabalhos da Câmara.

Vozes: — Apoiado! Apoiado!

O Sr. Presidente: — O Regimen í é claro, dizendo que as sessões comeram às 14 horas e terminam às 17 horas. Não está na alçada da Mesa marcar por seu a]vedrio sessões nocturnas.

Para haver .sessão nocturna é preciso q ae a Câmara assim o resolva. Não é, porém, no meio duma agitação tumultuaria que a Câmara se poderá pronunciar, no sentido de querer ou não querer que se marque sessão noturna.

O Sr. Ministro do Trabalho requereu que se marcasse hoje sessão noturna a fim de poder responder às considerações que há pouco foram feitas pelo Sr. Dias da Silva. O assunto é muito delicado e melindroso e requere, por isso, uma par-

ticular atenção da Câmara. Em nenhum caso e muito menos neste, a Mesa se poderá furtar à obrigação de pôr à votação da Câmara qualquer requerimento devidamente feito pelos Srs. Deputados ou pelos Srs. Ministros. Nestas condições vou pôr à votAção o requerimento do Sr. Ministro do'Trabalho, e os Srs. Deputados não podem deixar de o aprovar ou rejeitar.

O Sr. António Granjo ((sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: acabei há pouco de falar por V. Ex.a me ter dado a palavra que eu pedira para antes de se encerrar a sessão.

A Câmara ouviu-me sem quaisquer reparos.

Segundo o Regimento, o Sr. Ministro já nesta altura não pode falar para responder ao discurso do Sr. Dias da Silva. <_ que='que' de='de' explicações.='explicações.' imediatamente='imediatamente' ex.a='ex.a' entende='entende' aquele='aquele' por='por' tom='tom' para='para' pedido='pedido' s.='s.' palavra='palavra' consentirá='consentirá' a='a' levantar='levantar' certo='certo' qualquer='qualquer' deputado='deputado' sr.='sr.' o='o' p='p' câmara='câmara' v.='v.' faça='faça' feita='feita' afirmação='afirmação'>

S. Ex.a então levantará a afirmação que entende não dever deixar passar sem o seu imediato reparo; e, depois, na pró'-xima sessão explanará a sua resposta.

Parece me mesmo que a natureza do assunto aconselha que assim se faça.

A meu ver seria imprudente tratar deste assunto, que é transcendente, numa sessão prorrogada, visto que o debate terá, talvez, que ser generalizado para que jamais se diga que houve o desejo de sufocar a discussão sobre as declarações do Sr. Ministro.

O orador não reviu.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — Sr. Presidente: tantas vezes a Câmara tem saltado por cima do Regimento, que não é legítimo nesta altura, e a propósito duma discussão desta natureza, que ela se coloque a dentro das formas rígidas do Regimento.