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Diário da Câmara dos Deputados

muito mais vasta que todas as outras que eu tenho combatido.

Isto não dignifica de modo algum a Kepública, e se nós desejamos continuar a ser republicanos, temos de proceder de forma diversa, pois de contrário seremos os coveiros da Kepública, como os monárquicos foram os coveiros da monarquia.

Eu apelo para o Sr. António Maria da Silva, que tem sido sustentáculo da Kepública, que não insista com esta autorização. • Depois, Sr. Presidente, esta autorização tem pontos inúteis o dcsmvessános.

Francamente, a afirmação que se í'az numa autorização desta ordem, é como que estar a mangar connosco.

^Pois então já faltou o tabaco em Portugal? Creio que não.

O que houve foi a habilidade de o as-sambarcar para fazer com que ele, mais tarde, valesse mais dinheiro.

Pelos discursos dos ilustres Deputados que me antecederam no uso da palavra, e dadas as razões aduzidas, eu não posso negar a oportunidade deste acordo, nem tam pouco o direito de o Estado procurar aumentar as suas receitas. Em todo o caso, eu gostaria que o Sr. Ministro das Finanças me dissesse se, porventura, à realização deste acordo está ligado qualquer propósito de empréstimo ou operação financeira. Faço esta pregunta porque tenho medo, sempre que se trata da Companhia dos Tabacos ou doutra qualquer companhia monopolista, que na rede da nossa análise consiga escapar-se qualquer habilidade.

Quando da última vez se tratou da questão dos tabacos, que tanto apaixonou a opinião pública, um dos pontos em que o Sr. Afonso Costa fez mais finea-pé foi exactamente na separação da questão financeira da questão dos tabacos propriamente dita. v

Sobre este ponto de vista eu mantenho a mesma opinião de então. Eu creio que constituiria um verdadeiro perigo para a Kepública o misturarmos estas duas questões ; o que se' ganharia num caso, perder-se-ia no outro.

Depois, eu ouvi fazer declarações na sessão de ontem, declarações que escaparam, talvez, no calor da discussão, que são verdadeiramente preciosas.

Disse o Sr. Cunha Leal que a Companhia estava nas mãos do Estado, e o Sr,

Ministro das Finanças confirmou a afirmação, dizendo: sem dúvida. Ora, se assim é, mais uma razão para este assunto vir a este Parlamento. ^ Então o Parlamento não terá a consciência das suas responsabilidades para discutir esse acordo com rapidez e com cuidado? £ Porventura não sabemos nós defender os interesses do Estado?

Mas afirmou-se mais; afirmou-se que esta questão era uma questão c o confiança, j Ai do regime se é preciso invocarmos a confiança em determinadas pessoas para resolver as questões! Foi por causa desse critério quo a..monarquia caiu.

Aqui não há negócio escuro, por isso o Sr. Ministro não terá dúvida cm trazer ao Parlamento este acordo.

Tenho dito.

O discurso será publicado r,a integra, revisto pelo orador, guando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe foi ram enviadas.

O Sr. Ministro das Finanças (António Maria da, Silva): — Acabo de ser informado pelo Sr. Ministro da Guerra do que estão na Mesa as emendas do Senado à proposta sobre os mutilados.

Como, certamente, essas emendas não levarão muito tempo a discutir, eu lembro que se poderia interromper a dis-, cussão da minha proposta e discutir as emendas, e assim se poria termo a especulações que se têm feito com os mutilados.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Consulto a Câmara sobre se consente a interrupção da discussão da proposta do Sr. Ministro das Finanças para se discutirem e votarem as emendas vindas do Senado.

Consultada a Câmara, resolveu afirmativamente.

Foram lidas as emendas e aprovadas sem discussão.

São as seguintes:

Alterações introduzidas pelo Senado à proposta de lei, da Câmara dos Deputados, n.° 702, que concede designadas vantagens aos militares que se invalidaram ein defesa da Pátria ou no cumprimento dos deveres militares.