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Sessão de 12 de Maio de 1921

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a que os aviadores que têm a seu cargo o serviço de aviação, que custa muitíssimo dinheiro, tenham ou se encontrem em condições de não só não perderem propriamente valores totais, mas ainda as vidas dos respectivos oficiais.

Devem voar em aparelhos que tenham condições de realizar os serviços que têm a realizar.

Façamos tudo quanto humanamente possa fazer-se para garantia da vida dôs-ses oficiais.

Creio que o Sr. Cunha Leal nos acompanhará com as suas boas intenções, se não puder desde já acompanhar-nos com o seu voto, que terá muito valor nesta questão.

O orador não reviu.

O Sr. Plínio Silva: — Sr. Presidente : quando há pouco iniciei as minhas considerações declarei que votava com entusiasmo o projecto apresentado pelo Sr. Ministro. (Apoiados). Registava, com prazer, que a comissão de guerra tinha elevado a verba de 350 contos a 1:000 contos.

Disse então que demonstraria quanto era necessário dar à aviação militar os recursos necessários para que ela pudesse desempenhar a sua missão e para colocar os aviadoras precisa para o desempenho dela.

O Sr. Cunha Leal referiu se aos paradoxos observados nas opiniões manifestadas na Câmara.

Da minha parte não há o mínimo paradoxo quanto ao projecto. ,

Lastimo que o Sr. "Cunha Leal não tivesse tomado pelo projecto apresentado, a propósito da escola de recrutas, o interesse que esperava tomasse.

Em 24 de Fevereiro mandei para a Mesa uni projecto de lei sobre a escola de recrutas, em que pretendia obter para o Estado uma economia importantíssima, nunca inferior a 12:000 contos.

O Sr. Cunha Leal (interrompendo}: — Eu tenho razoável memória, e por isso lembro-me das minhas opiniões antigas a respeito deste assunto.

Quando era Ministro das Finanças disse a S. Ex.a que transmitiria as observações que S. Ex.a fizera ao Sr. Ministro da Guerra, e que, independentemente da'

opinião que o Sr. Ministro da Guerra tivesse sobre o caso, eu daria o meu voto ao projecto.

O Orador: — Ignorando eu que a aprovação do projecto de lei que tive a honra de apresentar podia estabelecer desarmonias no Gabinete a que S. Ex.a pertenceu, acho que deverão ser reconhecidas como justas as minhas observações.

O Sr. Cunha Leal:—Eu disse do meu lugar de Ministro das Finanças que, como Deputado, votaria o projecto.

Era assina coerente com as minhas afirmações feitas na oposição.

Imaginemos que o Sr. Ministro da Guerra fazia deste ponto questão ministerial. Eu, sem querer, com a minha declaração provocava um desacordo.

O Orador: — O Sr. Cunha Leal foi, sem dúvida nenhuma, um -dos que com mais tenacidade procuraram defender certos pontos de vista do meu projecto, e daí eu supor que S. Ex.a tivesse perfilhado com entusiasmo esses meus pontos de vista e se tivesse tornado fácil a S. Ex.a, como Ministro das Finanças, levar os seus colegas do Gabinete a também perfilharem os mesmos pontos de vista. Reconheço agora que S. Ex.a teve justificados melindres em só por si tomar interesse pelo meu projecto sem antecipadamente se garantir de que os seus colegas lhe dariam força.

"Quero também salientar que nesse projecto de lei, que tive a honra de apresentar à Câmara, deixei lançada a opinião que era necessário auxiliar a aviação militar. Não foi, porém, o assunto tomado naquela atenção que era de esperar da parte de quem tem a direcção suprema do exército. O desinteresse foi a tal ponto que quando se ventilou aqui o problema da escola de recrutas, eu tive^ensejo de constatar por mais de u«a vez a não comparência na Câmara do Sr. Ministro da Guerra.