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Diário da Câmara dos Deputado»

no seu propósito de apresentar à Câmara e ein relação a cada uin dos outros Ministérios propostas idênticas à que aqui apresentou sobre o Ministério da Agricultura.

Fácil' ó, pois, prever quê chegaremos a 30 de Junho sem um orçamento aprovado ou, quando muito, apenas coua este e unicamente na Câmara dos Deputados, porque eu tenho quási a certeza de que o Senado dele se ocupará com tanta ou ainda mais largueza do que esta Câmara. Possivelmente o Senado não concordará inteiramente com o que aqui se votar e teremos então reunião do Congresso.

Eu pronuncio estas palavras, fazendo votos por que daqui a algum tempo não tenha de chamar a atenção da Câmara para lhe mostrar que a verdade estava do meu lado.

Ninguém tenha ilusões — eu pelo menos não as tenho — de que chegaremos ao dia 30 de Junho sem os orçamentos aprovados.

A forma por que tem decorrido a discussão do primeiro orçamento submetido à apreciação da Câmara não indica outra cousa.

Todavia, eu não desejo que se me atribua qualquer responsabilidade na demora que, porventura, venha a ter a discussão do Orçamento e, por isso, farei rápidas referências à generalidade desta proposta, não me aproveitando sequer dos propósitos exibicionistas deste Ministério para sacudir a água do capote, ou para apresentar determinados pontos de vista que defendo.

Eu nunca concordei com a actual organização do Ministério da Agricultura.

Sabem-no muito bem os funcionários desse Ministério.

Creio até que foi exactamente por não concordar com essa organização que eu fui violentamente atacado por esses funcionários.

Durante o período da minha gerência ministerial, eu pretendi reduzir o número de direcções desse Ministério, não a duas como preconiza a-proposta do Sr. Ministro das Finanças, mas sim a um máximo de quatro, ou a um mínimo de três.

O que é preciso é estabelecer um critério scientífico nestas organizações.

Só assim se poderá chegar a solução eficaz Q conveniente.

Eu não concordo com a organização dos serviços do Ministério da Agricultura, porque esses serviços, após Monsanto, sofreram uma grande remodelação, em que tudo ficou ainda pior.

O Ministério dos Abastecimentos tinha sido criado pelas circunstâncias da guerra e com unia função transitória, pois, procedendo-se à extinção desse Ministério, fez-se a bambochata de se distribuir esse funcionalismo pelo Ministério da Agricultura.

O Ministério da Agricultura, que assim se denomina indevidamente, é por assim dizer apenas destinado a assuntos de sub-sistências, e o Ministro não tem, por mais que seja a sua vontade de trabalhar, dez • minutos para se dedicar a assuntos de agricultura, limitando:se a assinar o que os directores gerais lhe apresentam.

Eu não condeno a existência do Ministério da Agricultura, porque, deJicando-me de há muito aos serviços da República, eu conheço bem o velho programa do Partido Republicano Português, no qual estava a criação de um Ministério da Agricultura, não tendo dúvida, portanto, em dar o meu voto à conservação desse Ministério.

Mas o que tenho ó o direito de discordar, e discordo, da forma como estão organizados os seus serviços.

Eu não posso atingir o critério do Sr. Ministro das Finanças em criar uma Direcção Geral de Fomento.

A Direcção Geral de Estatística tomou realmente um grande desenvolvimento, tem funcionários a mais, m£,s simplesmente porque foi o depósito pu*a onde se atiraram os funcionários vindos do Ministério do Trabalho, e, porque assim faziam menos mal à República, foram para a va-sante da Direcção Geral de Estatística.,