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Sessão de 18 de Maio de 1921

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Alcântara— onde se achava instalada urna dependência dessa tal Direcção Geral de Estatística Agrícola. Tive então ensejo de ver que o número de empregados era superior ao número de metros quadrados que tem o edifício em que estavam instalados.

Que trabalhos há publicados?

Dizem-me que até hoje apenas apareceu uma pequena monografia.

O Sr. Jorge Nunes: — Se havia pessoal a mais, é porque o quiseram arrumar para lá.

O Orador: — Se era pessoal a mais do necessário, deviam pô-lo na rua.

Mas tomos também a direcção geral de hidráulica agrícola.

E eu pregunto se, depois de se criar esta direcção geral, têm sido realizados trabalhos mais importantes do que até a data em que tais serviços não constituíam direcção geral!

Sei que' se comprou uma sonda, que me parece que tem uma história completa como uma sonda que foi comprada pela repartição de minas, e que nunca fez sondagem de minas!

Tudo assim se fez, dizem, contra a indicação dos técnicos,, e querendo ir arrancar águas ao sub-solo.

Apartes.

. Eu não compreendo, ao olhar para este orçamento dirigido por técnicos, como aqui aparecem os artigos 19.° e 23.°, que são irrisórios.

Num país que tem a sua hidráulica agrícola por fazer, não posso admitir que se queiram fazer trabalhos de ir procurar águas aos sub-solos, quando não se tem aproveitado águas que existem à superfície.

E isso que se depreende deste artigo 19.°

Apartes.

O Sr. Costa Júnior (interrompendo): — E isso que eu como relator digo no parecer.

O Orador:—Eu vejo que já no orçamento de 1919-1920 havia a mesma rubrica de pesquisas de águas, com a verba de 25.000$.

Para o ano seguinte essa verba de 25.000$ passou para 50.000^.

Nesta proposta estavam os 50.000$ que a comissão de Orçamento reduziu para 29.000$.

Apartes.

Eu não sei o que se gastou das verbas que anteriormente foram|fixadas, nem mesmo sei que trabalhos se fizeram.

Só me consta que se comprou uma sonda, a que já me tenho referido, e que não devia ser empregada em tais trabalhos, apesar do que aqui já foi dito em contrário.

A província do Alentejo, pela sua constituição especial, no referente à natureza dos seus terrenos, não se proporcionava a tais trabalhos.

Apartes.

Creio que o Sr. Ministro da Agricultura estava mal informado quando, a este respeito, afirmou que a sonda a empregar^ era do sistema que S. Ex.a dizia. „

Apartes.

O que ó certo, porém, é que quando para esses trabalhos se têm fixado as referidas verbas, para obras de irrigação se marcam verbas mesquinhas, como a de 10 contos, havendo tantas albufeiras que podiam ser aproveitadas com resultado.

Assim, eu pregunto que sciência técnica é esta desses agrónomos, que intervêm nestes serviços !

Eu não sei se nesta altura foram ouvidos os novo ou dez directores do Ministério da Agricultura.

Se foram ouvidos, cometeram um erro aconselhando tais trabalhos.

Tudo isto mostra que de facto a política de compressão de despesas é necessário que se faça.

E assim, Sr. Presidente, devo dizer que essas economias deviam .ter começado pelo Ministério da Agricultura, visto ser este o primeiro orçamento que se está discutindo.

Era sobre o Ministério da Agricultura que se deviam dar os primeiros golpes, no sentido de se reduzirem as despesas; porém, nós vemos o contrário, segundo a atitude da Câmara e de todos os parlamentares que têm entrado na discussão do orçamento do Ministério da Agricultura.