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Diário da Câmara dos Deputados
Sr. Ministro da Guerra. Estou entre duas pessoas que igualmente considero e estimo, e creio poder afirmar que os meus sentimentos são partilhados por todos os Deputados dêste lado da Câmara.
Apoiados.
Nesta ordem de ideas, mando para a Mesa esta moção, e espero que o conflito que se levantou com certo azedume desapareça como aquelas tempestades que varrem o horizonte para o deixar mais limpo, tam limpo como o ambicionamos.
Apoiados.
Tenho dito.
O orador não reviu.
É lida e admitida a moção, entrando em discussão.
Pausa.
O Sr. Presidente: — Como ninguém peça a palavra, vai votar se. É aprovada a moção.
O Sr. Ministro da Guerra (Fernando Freiria): — Sr. Presidente: pedi a palavra para agradecer a V. Ex.ª e à Câmara a prova de confiança que me deram no exercício do meu cargo, e para declarar também que tenho a consciência tranquila com relação ao caminho que tenho seguido, e que seguirei o mesmo caminho com a mesma tranqüilidade, com os olhos postos na lei o no regulamento disciplinar, de que, estou cônscio, nunca me afastei.
Tenho dito.
É aprovada a acta.
Aprovou-se o expediente que dependia de resolução da Câmara.
Admissão
Projecto de lei do Sr. João Estêvão Águas, suprimindo o artigo 4.º da lei n.º 1:340, de 25 de Agosto de 1922.
Para a comissão de guerra.
Entra-se na
ORDEM DO DIA
Discussão na generalidade dos orçamentos
O Sr. Ginestal Machado (para explicações): — Sr. Presidente: pedi a palavra a V. Ex.ª para explicações sôbre uma atitude tomada por êste lado da Câmara há dois dias. Antes disso, porém, eu tinha também pedido a palavra a V. Ex.ª para quando estivesse presente o Sr. Presidente do Ministério ou algum dos seus Ministros que o substituísse, visto constar-me que S. Ex.ª continua infelizmente retido em casa por motivo de doença, a fim de tratar dum assunto que reputo de gravidade. Nestas condições, e como não ocuparei muito tempo a Câmara, se esta e V. Ex.ª autorizassem, eu trataria dêle.
Vozes: — Fale, fale!
O Sr. Presidente: — Em vista da manifestação da Câmara, pode V. Ex.ª usar da palavra sôbre o assunto que reputa grave.
O Orador: — Agradeço a V. Ex.ª e à Câmara a gentileza que mais uma vez se dignaram ter para comigo.
Sr. Presidente: num jornal que é mais ou menos o órgão do partido que apoia o Govêrno, O Rebate, vem uma notícia, em grosso normando, com o título «Traição à Pátria», e onde se acusam claramente instituïções e indivíduos, sem lhes citar o nome, de distribuírem dinheiro, e dinheiro estrangeiro, pai d a sociedade portuguesa se manter na agitação em que nós a sentimos.
Ora eu estimaria que o Govêrno dissesse alguma cousa à Câmara a êste respeito.
A situação é gravíssima.
Lançar suspeitas sôbre toda a gente, e mais duvidas, mais receios e perturbações é lamentável.
E se é verdade que alguém, seja o dinheiro estrangeiro ou português, o distribui para perturbar a vida da nação, não basta acusá-lo num jornal, é preciso que a justiça da República lhe tome estritas e rigorosas contas.
Apoiados.
Isto não pode ser: andar-se sempre a acusar, sem indicar ninguém!
Tenho sido eu sempre que nestas questões de ordem pública, tenho levantado a voz não porque tenha mais coragem que os meus colegas, mas porque a situação que ocupo me obriga a isso.
É indispensável que o Govêrno diga se há alguma verdade no que aqui se diz neste jornal, e se vai tomar providências para descobrir se há realmente portugueses, ou não portugueses, que distribuem di-