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Diário da Câmara dos Deputados
Toda a gente então me chamou político inábil, mas eu reputei-me um homem de bom, por isso que julgava ser um crime nomearem-se funcionários que não tinham funções a desempenhar.
Apoiados.
Ainda agora eu lamento que o Sr. Presidente do Ministério viesse pedir um aumento de mais funcionários, não pedindo, se precisava dêles, o que não contesto, que êles fôssem recrutados nos serviços onde estão a mais.
Reconheço a necessidade de se dotarem convenientemente, com funcionários, os serviços de contabilidade, mas para que vamos nomear mais funcionários, se há serviços que estão repletos dêles?
Haja a coragem de se arrostar com as clientelas políticas!
Apoiados.
O Sr. Presidente do Ministério, quer nesta casa do Parlamento quer lá fôra, tem mais de uma vez afirmado que o país esta a saque.
O Sr. Ministro das Finanças mais de uma vez tem afirmado que é preciso fazer profundas economias e acautelar a administração pública.
Porque o não faz?
O Sr. António Maria da Silva está há mais de um ano no poder, V. Ex.ª é já Ministro das Finanças há alguns meses e, apesar de terem tido sempre uma oposição que os tem auxiliado valiosamente, pregunto: Que providências têm V. Ex.ªs tomado para regenerar êste país? Nenhumas.
Apenas cousas fragmentadas, cousas quási incompletas, como foi o novo sistema tributário, arrancado em circunstâncias especiais de momento.
E para corresponder a isso, para dizermos ao país que vamos pedir quási que a pele, £ o que lhe demos nós como segurança da nossa moral administrativa?
Nada.
Sempre sustentei, e sustento ainda, que o país pode pagar, mas, para que tenhamos autoridade para dêle exigir mais sacrifícios, é preciso mostrar que reduzimos as despesas ao mínimo indispensável.
Apoiados.
Contudo, até hoje, nada disto fizemos. Reparem V. Ex.ªs para o luxo quási espaventoso do nosso corpo diplomático, num momento em que o mais simples consulado nos custa dezenas de contos.
Porventura, já o Govêrno tomou algumas providências nesse sentido?
Não se venha argumentar que isso implica dificuldades diplomáticas, porque elas removem-se, visto que, acima do interêsse dos Partidos, estão os interêsses do País.
Apoiados.
Sr. Presidente: a discussão dêste orçamento, não tem, pela minha parte, qualquer intuito político.
Eu sou classificado muito justamente, como um inábil político, no sentido partidário da palavra, mas sou classificado por muita gente e por mim próprio como um político que quere êste regime dignificado, tam puro, que não dê aos adversários o direito de virem atirar à cara dos republicanos com êrros praticados por homens da República.
Fui eu quem os acusou de erros e crimes praticados no tempo da monarquia, e sinto-mo vexado quando êles, com razão, nos acusam de êrros praticados dentro da República.
Não me incomodaria, se êles acusassem com palavras gratuitas, mas muitas vezes, se há facciocismo da parte dos monárquicos, outras há em que têm fundamentalmente razão, e a nós republicanos incumbe não consentir que se pratiquem actos que repugnem a toda a gente.
V. Ex.ª, Sr. Ministro das Finanças, tem uma maioria sua e uma oposição que com V. Ex.ª quere colaborar, traga, portanto, medidas com alcance, não traga apenas esta medida de multiplicar por 3 ou 4 as taxas do sêlo, porque isso não significa nada.
Apoiados.
Peço ao Sr. Ministro das Finanças que não veja nas minhas palavras nenhuma espécie de agravo porque não o desejo fazer, tenho apenas o propósito de forçar S. Ex.ª — é o têrmo — a sair um pouco da sua política de transigência.
Nunca a transigência dos homens que se têm sentado naquelas cadeiras foi útil ao País, nunca da transigência dos homens que se sentam naquelas cadeiras pode resultar qualquer benefício para o regime republicano.
O homem que se senta na cadeira de Ministro das Finanças deve primeiro do