O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

19
Sessão de 14 de Março de 1923
vem afinal a cair sôbre os preços, e, portanto, sôbre o custo da vicia. E intuitivo. Estão-no demonstrando já as consequências da draconiana lei n.º 1:368, de 21 de Setembro último, que traduz uma verdadeira inquisição fiscal.
Alguns géneros do primeira necessidade encareceram mais de 100 por cento desde que o Sr. António Maria da Silva está no Poder e há-os que a partir de 1914 aumentaram 40 vezes!
Apoiados.
E a miséria, é a desgraça que se avizinha, e que nos perderá, se não nos unirmos todos para, por melhor caminho, levarmos o País à salvação!
O mal-estar é constante! O mal-estar é geral!
Veja-se o que acontece com o funcionalismo, de que propositadamente não temos querido ocupar-nos, para que se não dissesse que dele nos servíamos como arma política contra o regime, em vez de procurarmos favorecê-lo naquilo que porventura seja justo. Todos os Srs. republicanos devem reconhecer a lealdade e a correcção da nossa desinteressada atitude, e confrontá-la com a sua em outros tempos.
Não são só a míngua, as privações de momento que nos devem preocupar. É, e principalmente, todo o cortejo de desastradas consequências que se hão-de seguir, de entre as quais é dever salientar o definhamento da raça, o atrofiamento das gerações de hoje e do amanhã.
A estatística da tuberculose é apavorante.
Em 1921 registaram os cemitérios de Lisboa 1:826 vítimas do terrível flagelo, em 1922 o seu número elevou-se a, pelo menos, 1:975, o que, confrontado com os índices imediatos das causas da mortalidade, nos oferece um quadro bem lúgubre e dolorosamente expressivo.
Apoiados.
Antero do Quental, em carta dirigida em 1891 a um amigo, chamou á Portugal um país «enuco» — contra o que protesto — e profetizou que «a revolução, inevitável era a revolução anárquica da forno», que não precisa que ninguém a promova, nem pode ser matéria do programas políticos"!
Atente o Govêrno bem nestas palavras!
Atente bem em que a onda cresce, e pode espraiar-se de tal modo que todos corramos o risco de sossobrar!
É desastrado o modo como corre a maioria dos serviços públicos, e é manifesta a inutilidade dalguns. Recomenda-se a supressão dalguns Ministérios, entre os quais o do Trabalho, onde, por exemplo, o Instituto de Seguros Sociais e Previdência vegeta instalado, com todo o estadão, há quatro anos, apesar de ainda não estar regulamentada e em execução uma parte dos serviços a que se destina.
Sou partidário da manutenção do Ministério da Agricultura, com a organização primitiva e devidamente expurgado do cancro das subsistências.
Apoiados.
Êste Ministério é o que dá menos encargos, depois do da Justiça — o ministério da forno — e do Trabalho — o da vontade de comer. Por coincidência se juntou a fome com a vontade de comer!
Em complemento dos curiosos dados estatísticos apresentados pelo meu ilustre amigo Sr. Carvalho da Silva, no seu brilhante discurso, direi que só o exército (com exclusão, portanto, das guardas republicana e fiscal) conta 4:664 oficiais, sendo 3:221 do quadro permanente e 1:433 supranumerários. As praças de pré, incluindo sargentos e excluindo recrutas, são 20:682; e como dêstes apenas 6:378 são do quadro permanente, sucede que no quadro permanente a cada oficial correspondem menos de duas praças de pré!
O Sr. Eugénio Aresta: — É a consequência da organização miliciana.
O Orador: — E a consequência da administração republicana. Rima e está certo.
Generais há 25, sendo 5 supranumerários (20 por cento); coronéis 292, sendo 171 supranumerários (61 por cento); tenentes-coronéis há 341, sendo 144 supranumerários (42 por cento); majores 388, sendo 86 supranumerários (23 por cento); capitães 1:274Í sendo 284 supranumerários (22 por cento), e, finalmente, subalternos 2:339, sendo 710 supranumerários (30 por cento). Faltam ainda as 167 promoções ultimamente feitas ou projectadas. E note a Câmara que a percentagem dos supranumerários é precisamen-