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Sessão de 14 de Março de 1923
1908, declarando êste que semelhante modo de discussão era uma comédia.
Não precisamos, pois, de mais do que de fazer nossas as palavras dêstes precursores da República e...continuar na ordem do dia.
Desejo ocupar pouco mais do que o prazo regimental de meia hora, que, devido a nós, se tornou elástica, mas de cuja elasticidade não temos sido quem tem abusado. Por isso, não me alongarei de novo em considerações sôbre o relatório ministerial, e que já denominei a triologia do Sr. Vitorino Máximo. Mesmo, apreciado foi êle já por mim e devidamente pelos meus queridos amigos Carvalho da Silva e Morais Carvalho com a competência e brilho de sempre, não tendo aparecido até agora quem, aos seus valiosos argumentos, opusesse argumentos de valor, e à eloquência demonstrada dos seus números opusesse outros números demonstrados. Nem sequer resposta tiveram os Srs. Barros Queiroz, Afonso de Melo, Alberto Xavier, Tôrres Garcia e Pires Monteiro, que, no que disseram, em pouco mais diferiram de nós do que em...não serem monárquicos.
Com efeito é Sr. Dr. Almeida Ribeiro, que sempre ouço com atenção que merecem os homens estudiosos e competentes, limitou-se a recitar o prólogo do seu discurso. Quando, porventura, se dispunha a começar tinha expirado a meia hora regimental; e emudeceu até agora! O Sr. Jaime de. Sousa, um dos grandes financeiros do partido, pediu que lhe fôsse reservada a palavra para o dia seguinte, porque -afirmou com fortes apoiados da maioria — não podia deixar sem resposta afirmações que o meu ilustre amigo Sr. Carvalho da Silva fizera sôbre as despesas do Ministério da Marinha. S. Ex.ª usou, com efeito, de novo da palavra no dia seguinte; mas...ainda estamos à espera de tal resposta!
Falou também o Sr. Portugal Durão, e, devo dizer, sem ofensa, que tive compaixão de S. Ex.ª
É que percebi que êle, sem fé e sem convicção, foi arrastado pelo dever de disciplina partidária, a êste campo de combate, com mais sacrifício e menos galhardia do que aquele com que, em terras de África, empunhou a sua espada de marinheiro, ao lado de João Coutinho.
S. Ex.ª recorda-se: foi próximo dos tempos em que na frase de um sargento revolucionário: «o tenente do estado maior Aires de Ornelas, trepado sôbre um carro do comboio, ia tirando apontamentos do combate, e as balas, cruzando-se no ar, em todas as direcções, respeitavam tanta intrepidez"!
Pareceu-me que o Sr. Portugal Durão, antes preferia que o chão se abrisse a seus pés para se sumir por êle abaixo, de que ter de defender a obra do seu sucessor na pasta das Finanças.
Imaginou mesmo talvez que tal lhe sucedia, pois que profundou...profundou, e foi ao outro lado, aos antípodas, e trouxe-nos de lá, pelas orelhas, a Nova Zelândia, e exclamando:
— Ora aqui está uma menina que se porta pior do que nós: tem as suas finanças mais avariadas!
Precisou o Sr. Portugal Durão de ir tam longe para encontrar uma situação que diz parecida com a nossa, mas que nem de confronto pode servir, visto que lá, em relação a nós, tudo anda de pernas para o ar!
Ah! É verdade: o ilustre Deputado, aponta-nos também a África do Sul.
Mas que admira, se próximo lhe fica o Cabo das Tormentas?!...
Por último, o Sr. Manuel Fragoso, com vénia do Sr. Vasco Borges, o Petrónio da maioria, julgou-se divagando nos nossos boulevards, dissertou sôbre mangas de veludo e saias de balão, convidou o Sr. Alberto Xavier para o chá das 5 e da conversa que com êle travou e que a Câmara ouviu, depreende-se que não foi muito açucarado o chá que lhe serviu.
E quanto ao Sr. Vitorino Máximo Guimarães?
Como Conrado, guarda a esta hora o máximo e mais significativo dos silêncios!
O Sr. Ministro deve falar, vai finalmente falar, por certo; e isto é mais uma razão para eu ser breve, e, da sua triologia, do antes, durante e depois da guerra, dizer mais, apenas que de lamentar é que lhe falta um outro capítulo, para o relatório se poder assemelhar à tetralogia Wagneriana, visto que nem sequer lhe faltam música celestial, o ouro do Rheno ou seja ante-bellum, o superavit do Sr. Afonso Costa e a Cavalgada das Wallki-