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Sessão de 16 de Março de 1923
nam-se perigosas e é necessário meter os especuladores dentro da ordem.
Apoiados.
O Sr. Ministro das Finanças, lembrou-se de inventar a mais formidável especulação que jamais foi concebida em Portugal.
Vejamos qual o pensamento do Sr. Ministro das Finanças.
S. Ex.ª ao que parece, pensou desta forma:
O Estado Português é governado por homens inteligentes, e os dirigidos suo pessoas naturalmente burras.
Então, eu que sou esperto, vou aproveitar-me da sua fraqueza intelectual para os roubar duas vezes.
Por isso peço emprestado por cada uma libra 4$50 e constituo assim título de dívida pública que entrego a determinadas criaturas.
A compra dêsses títulos arrastará a desvalorização dos outros títulos que, continuando a dar o mesmo juro, prejudicará enormemente os órfãos, e outras pessoas que vivam dos seus juros e numerosas instituições de beneficência, como as Misericórdias do País, causando perturbações profundas.
Apoiados.
Mas num dado momento, o Estado que continua a ser «esperto» e o povo, que continua a ser o «ingénuo» resolve uma cousa: decretar que a moeda chegue ao ponto mais baixo.
Êste decreto é com o consentimento do Sr. Velhinho Correia.
S. Ex.ª julga que não é possível baixar mais.
A êste respeito contarei o seguinte:
Quando era Ministro das Finanças o Sr. Rêgo Chaves, o câmbio estava a 24 é passou para 20, passando mais tarde para 27.
Suponhamos que o Sr. Rêgo Chaves decretava que o câmbio não podia baixar mais.
Mas o câmbio veio para 10, 8, 4» 3 e 2.
Portanto foi possível essa baixa cambial vertiginosa.
Se o Sr. Rêgo Chaves tendo em atenção que o câmbio nunca mais baixaria, se lembrasse de fazer uma operação de conversão, vendendo libras por títulos do 8,3 e o câmbio viesse para 24 ou para 20, pregunto: em que situação o País estaria, se o câmbio continuasse a marcha descendente até àquele limite, abaixo do qual, nada mais é possível, em matéria de divisa cambial?
Então, tendo o auxílio, não digo do Deus Padre todo Poderoso, mas do único crente que é o Sr. Velhinho Correia...
Interrupção do Sr. Velhinho Correia...
O Orador: — Chegou o câmbio à casa dos 6.
De repente tem uma queda brusca.
E como se uma doença da qual se vá seguindo o curso do mal, e em certa altura considerando os recursos insuficientes, se deixam as cousas seguir o seu caminho independentemente da vontade.
O Sr. Velhinho Correia: — E de repente há mais 2:000 contos de circulação fiduciária.
O Orador: — Eu não preciso, pela tal consideração que tenho por S. Ex.ª que me peça licença para interromper; mas quando ainda por cima S. Ex.ª me fornece o melhor argumento para reforçar as minhas considerações, como poderei deixar de agradecê-lo a S. Ex.ª?
E de repente, diz S. Ex.ª, precisam-se mais 2:000 contos de circulação fiduciária cavando-se de todo em todo a ruína do País.
Apoiados.
O Estado não deve roubar ou prestar mistas do mesmo Estado.
Reconheceu que tinha chegado ao limite mais baixo das divisas cambiais; e pensou o seguinte:
Vou arranjar uma cilada.
Como tenho a. certeza que ao câmbio de 5 ou 6 a libra está a 100$, se ela baixar pata 50$, toda a gente compra; mas como tenho a certeza que ela vai para 40$, isto é um bom negócio. Êles julgam que compraram bem.
A operação, porém, vai ser ruinosa para o Estado.
Tal como é projectada é ruinosa; mas quem faz o ataque são os inimigos do País.
Quem não quere a vida barata são os inimigos do povo;
São os que devem ser, no próximo 19