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Diário da Câmara dos Deputados
Já se chegou aqui a dizer, Sr. Presidente, não me recordo por quem, que havia uma porcentagem de 1 oficial para 2 soldados...
O Sr. Cancela de Abreu (interrompendo): — Fui eu quem disse que havia a percentagem de 2 soldados para 1 oficial; mas esqueceu-me dizer que era do quadro permanente.
Os soldados são 6:000 e os oficiais 3:000.
O Orador: — O que eu posso garantia a V. Ex.ª é que essa percentagem pode ser muito variável, segundo o critério de cada um.
O que é um facto é que o número de oficiais é fixo, o que se não dá com os soldados que passam pelas fileiras, podendo portanto essa percentagem ser variável, conforme já disse à Câmara.
Essa percentagem tanto pode ser de 1 para 2, como de 1 para, 3 ou 4, visto que o número do soldados é transitório, pois que os soldados se vão embora, ao passo que os oficiais não há maneira de os mandar embora.
Ora V. Ex.ª sabe bem que, como consequência da guerra, houve necessidade de preparar muitos oficiais, alguns dos quadros permanentes, muitos milicianos.
Agora, referindo-me ao ilustre Deputado Sr. Juvenal de Araújo, que me citou o processo inglês para a redução de. quadros, devo dizer que o nosso mal foi de origem.
Se depois da guerra o Parlamento, em vez de permitir a conservação de oficiais milicianos nas fileiras, por entender que tinham sido, como bons cidadãos, afastados dos seus lugares para ir prestar êste alto serviço à Nação e honrar o seu nome em terra estrangeira, tivesse feito o que fez a Inglaterra, que não mais os permitiu ao serviço, a situação seria diferente.
Apoiados.
Creio ter tocado, mais ou menos, todos os pontos a que os meus ilustres colegas nesta Câmara se referiram, no que diz respeito à pasta da Guerra.
Evidentemente, outros pontos terão de ser estudados e discutidos com maior profundeza de vistas a quando da discussão do Orçamento na especialidade.
Devo, porém, aludir ainda ao facto, que me impressionou, de aqui se ter ditos evidentemente apenas num rasgo do oratória, que o Ministro da Guerra não tinha cumprido a sua promessa de zelar pelo prestígio das instituições militares j visto que, por exemplo consentia que unidades de obuses estivessem funcionando comum obus apenas para instrução de uma série de recrutas.
Referia-se isto à falta de material.
Ora, Sr. Presidente, êstes factos não significam que haja menos zêlo pelo prestígio do exército, mas sim que não tenho os meios necessários para levar êsse prestígio à altura a que desejaria vê-lo elevados
Creio, pois, Sr. Presidente, ter provado êstes dois factos, que são capitais:
1.º Na discussão da generalidade não se atacou o orçamento do Ministério da Guerra, porque não se podia atacar;
2.º Censurou-se ou lamentou-se, digamos assim, que o organismo militar s para as despesas que ocasiona, não tenha um rendimento correspondente.
Esta, porém, a uma questão de reorganização do exército, que ao Parlamento está entregue e que eu muito desejaria ver brevemente discutidas.
Porque não quero deixar de aludir a todos os pontos que chegaram ao meu conhecimento mas porque sôbre êles ouvi referências, e outros porque li a seu respeito o respectivo relato, outros ainda porque lealmente me foram apresentados pelos ilustres Deputados, devo, por último, dizer algumas palavras sôbre um caso versado na última sessão pelo Sr. Cancela de Abreu.
Trata-se do celebro caso da Quinta das Drogas.
Mandei já proceder a todas as averiguações.
Ainda há um outro caso parecido com êste de que se trata.
Durante a guerra foi cedido, um determinado terreno voluntariamente, a uma instituição chamada a Cruzada das Mulheres Portuguesas, para estabelecer nele um hospital;
Depois, no tempo do sidonismo, passou êsse terreno para a posse do Ministério da Guerra.
As entidades que o haviam cedido àquela instituição não quiseram cedê-lo a