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Sessão de 10 de Abril de 1923
e que atesta bem a previdência dos políticos de então, considerando bem que se nós não entrássemos naquela luta poderíamos pagar bem caro essa falta, (Apoiados) serviu não só para honrar a nossa velha aliança com Inglaterra, mas para manter íntegro o nosso património colonial.
Apoiados.
A manifestação que ontem se produziu em todo o País foi grandiosa. Ela impressionou certamente o cérebro de todos os portugueses e deve contribuir poderosamente para que entre todos os portugueses, sem distinção de classe, se estabeleça a paz o concórdia. Mas não foi possível ontem a Câmara, por não se achar retinida, associar-se àquela homenagem que todos os portugueses, de norte a sul, prestaram aos mortos da guerra, conservando-se silenciosos durante dois minutos; e por isso proponho que os Srs. Deputados façam hoje êsse silêncio, voltando-se para o monumento da Batalha.
O Sr. Carlos Pereira: — Sr. Presidente: em nome dêste lado da Câmara associo-me gostosamente, mas ao mesmo tempo comovidamente, à homenagem por V. Ex.ª proposta, homenagem em que, no silêncio de dois simples minutos seja dado às nossas almas falar tam alto que a Pátria nos apareça em nimbo de glória nesse silêncio augusto, em que é lícito esperar o recolhimento que devemos aos nossos gloriosos mortos e as homenagens que também devemos aos vivos, àqueles que entraram na Grande Guerra.
Êste lado da Câmara não podia deixar do com emoção e entusiasmo se associar às homenagens propostas, porque foi — V. Ex.ª o sabe! — êste lado da Câmara que teve essa intuição política, que V. Ex.ª classificou de alta e patriótica, do levar Portugal à guerra. As responsabilidades dêsse acto reivindica-as êste lado da Câmara plenamente para si e para todos aqueles que com ela colaboraram nesse movimento nacional.
Não quere isto dizer que fossem menos patriotas aqueles que não perfilharam essa idea.
Havia então dois critérios, mas como a história se vai fazendo, hoje reconhece-se o valor do gesto e a forma como pensaram os políticos que viram a necessidade da nação caminhar para a guerra, e tiveram a clara visão de quem confiou, no esfôrço da raça.
A guerra afirmou a nossa vitalidade e o esfôrço do soldado português.
Foi êsse esfôrço da raça que impôs aos estranhos o respeito pelo nosso património colonial.
Sr. Presidente: nós fizemos o mesmo que a França, e seguimos o seu exemplo, tirando à sorte dois valorosos combatentes, cujo nome a história nunca saberá, para lhes prestarmos a homenagem devida aos grandes heróis. E neste momento, em que recordamos factos da guerra, permita-me V. Ex.ª, permita-me a Câmara que eu recorde o nome de Carvalho de Araújo que no pequeno Augusto Castilho fez frente a um grande submarino alemão, o que fez dizer ao comandante alemão que nunca tinha visto um inimigo combater com tanta valentia, e que não estava habituado a ver combater assim.
Que nos sirva o nome de Carvalho de Araújo como exemplo máximo de uma raça.
Apoiados.
O orador não reviu.
O Sr. Joaquim Ribeiro: — Sr. Presidente: é a primeira vez que nesta Câmara se comemora o 9 de Abril, tendo eu a honra de me sentar aqui como Deputado, e por isso eu quero usar da palavra para comemorar o 9 de Abril e para me vangloriar pela forma como se portou o soldado português.
Pronunciou-se há pouco o nome de um que baqueou em pleno mar e lamento que não se tivesse feito uma sessão de homenageai a êsse heróico português que num simples caça-minas com uma peça sem alcanço e depois da sua reclamação, êle foi para a frente, com toda a abnegação e patriotismo.
Apoiados.
Eu uso neste momento da palavra porque quero que fiquem gravadas as minhas afirmações.
Sr. Presidente: o 9 de Abril foi o esmagamento heróico de um pequeno número de portugueses, e a nossa obra da guerra foi prejudicada pelo 5 de Dezembro e dêsse dia em diante eu afirmei que Portugal estava desonrado.