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Diário da Câmara dos Deputados
de Abril, especialmente, têm êsse significado.
Somos um povo que tem realizado a maior parte da sua história sacrificando-se pelo futuro, pelo espírito profundo da latinidade.
Há pouco o ilustre Deputado Sr. Carlos Pereira reivindicava para a maioria as responsabilidades da nossa intervenção na guerra. Não; a nossa intervenção na guerra, com todos os seus defeitos, é obra da nação, é nossa, é digna das nossas tradições, é digna da nossa história; assinala esfôrço, assinala espírito de sacrifício, assinala energia, afirma mais uma vez Portugal perante o mundo.
Nestas condições, por parte da minoria católica, associo-me gostosamente à proposta de V. Ex.ª, e concluo dizendo: Glória a Portugal.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Jaime de Sousa: — Sr. Presidente: não é em nome dêste lado da Câmara, nem como combatente que muito me honro de ter sido na guerra, que desejo juntar o preito da minha homenagem à proposta de V. Ex.ª; é como militar e como oficial de marinha que eu desejo juntar as palavras que eu desejaria que fossem da maior grandeza e significado aos louvores que vejo tecer ao esfôrço dos soldados portugueses em 9 de Abril de 1918.
Sr. Presidente: eu não creio que seja êste o momento mais azado para discutir ainda se havíamos ter ido para a guerra; julgo mesmo inoportuno estarmos a repisar êsse ponto, que pertence à História, e que ela na sua directriz justa não deixará de apreciar a responsabilidade que honra e glorifica todos aqueles que sabem bem cumprir aquilo que é a defesa da honra nacional.
Não precisam mais louvores aqueles que fizeram não soa propaganda da guerra, mas que envidaram toda aquela soma de esfôrços que conduziu à representação de Portugal no front e ao esfôrço militar que o país português generalizou em todo o campo da guerra.
O que é para salientar, é que êsse esfôrço militar em terra e mar, mas designadamente no front da Flandres, foi feito contra uma corrente de opinião anti-patriótica e que só tem a justificá-la a inconsciência da situação política internacional do momento; chegou ao ponto de em determinada época, em determinado intervalo de tempo, no país português, se fazer não só a campanha derrotista, mas mais ainda só fazer a sabotage militar portuguesa.
Êste facto, que nunca será demais recordá-lo, é que torna ainda mais gloriosos os feitos praticados pelos soldados portugueses na Flandres.
A improvização rápida que foi feita do contingente português para o campo de batalha, veio juntar-se essa sabotage criminosa que foi ao ponto de não só não se enviar pessoal, mas ainda material para o campo de batalha.
Êste é o facto concreto em que não quero insistir, porque não é de política que se trata neste momento, mas sim da exaltação do esfôrço que representa para nós qualquer cousa de singular e de muito grande.
Devo dizer a V. Ex.ª, juntando as minhas palavras àquelas que exaltam, nas suas consequências, a nossa representação na guerra, que a situação internacional que resultou dessa intervenção, tive ocasião de apalpá-la, de a sentir, quando colocado em meio em que essa influência se manifestava, tive ocasião, repito, de notar que o país português, colhendo os efeitos benéficos dêsse esfôrço, era considerado em pé de igualdade com as outras potências do mundo inteiro.
E êste facto não será demais salienta-lo, de há tanto tempo nós vimos acostumados á essa desigualdade de tratamento que nos feria e vexava profundamente.
Bastaria essa simples vantagem para compensar galhardamente o colossal esforço da nossa iniciativa da comparticipação.
São, portanto, justos e merecidos todos os louvores àqueles que tendo efectivado essa comparticipação, se bateram em 9 de Abril, heròicamente ao lado dos exércitos aliados.
E, Sr. Presidente, já que neste Parlamento se tem, e muito justamente, evidenciado os nomes dalguns destemidos e valorosos combatentes da Grande Guerra, permita-me V. Ex.ª, que eu, como homem do mar, recorde o esforço militar da nossa marinha de guerra e o nome de