O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

21
Sessão de 10 de Abril de 1923
Mas, Sr. Presidente, não é de facto êste o momento de discutir a política da guerra. Alguma vez o será, aqui ou fora do Parlamento. O que não podia ser era que, estando presente a esta sessão, e tendo ouvido algumas referências à minha maneira de pensar, eu me calasse, porque o meu silêncio poderia ser tomado como reconhecimento duma falta.
Expostos os factos que acabo do referir, o que estão documentados, eu deixo inteiramente ao arbítrio da Câmara julgar até que ponto a atitude do então capitão médico Brito Camacho foi correcto ou incorrecto, patriótico ou antipatriótico.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro da Guerra (Fernando Freiria): — Sr. Presidente: apresentou V. Ex.ª à Câmara uma proposta de comemoração da data simbólica de 9 de Abril, data destinada a comemorar a comparticipação de Portugal na guerra e os feitos heróicos praticados pelos combatentes dessa guerra.
É o 9 de Abril a data que do antecedente vem fixada para êsse facto. Regista se como um esfôrço enorme de uma parte dos combatentes da Grande Guerra, daqueles que ocupavam a região da Flandres o pode registar-se com desvanecimento e com orgulho.
O 9 de Abril não foi um revés.
Mais do que os relatórios dos nossos camaradas, mais do que os relatórios das entidades oficiais portuguesas, é o relatório do grande general do exército inimigo Ludendorff, que assinado com justiça que de todas as grandes ofensivas por êle realizadas e dirigidas contra a frente ocidental do teatro da guerra, aquela que menos progressos e facilidades ofereceu, aquela em que encontrou maior resistência, foi justamente na que mandou contra o sector que, em 9 de Abril, estava ocupado por um deminuto contingente português, gasto e depauperado.
Não envolve esta minha afirmativa p mínimo desprimor para com os aliados. Trata-se apenas de prestarmos justiça a nós próprios.
Sr. Presidente: mas não foi só na Flandres que os portugueses gastos e depauperados, mostraram ser portugueses. Nas nossas colónias, em Angola, e Moçambique, em condições bem mais difíceis do que aquelas em que combateram na Flandres, os portugueses souberam briosamente cumprir o seu dever.
E, se da terra passarmos ao mar e ao ar, quantos feitos brilhantes há a registar?
Em todas houve mártires e heróis mas todos cumpriram briosamente o seu dever.
Os portugueses souberam sempre ser portugueses.
É, pois, Sr. Presidente, compenetrado sinceramente de tudo quanto acabo de expor e afirmar, que como chefe do exército o representante do Govêrno, me associo à proposta apresentada por V. Ex.ª, devendo ainda, na minha qualidade de Ministro da Guerra, se me é permitido, agradecer as manifestações que por todos os lados da Câmara foram feitas, saudando o esfôrço do soldado português.
Tenho dito.
O Sr. Presidente: — Peço aos Srs. Deputados a fineza de ocuparem os seus lugares.
A forma como a Câmara acolheu a proposta, não deixa dúvidas de que ela foi aceita por aclamação.
Nestas circunstâncias, como preito de homenagem ao Soldado Desconhecido e ao 9 de Abril, peço aos Srs. Deputados que se conservem de pé, em silêncio, durante dois minutos, com a frente voltada para o lado da Batalha.
A Câmara conservou-se de pé e em silêncio, durante dois minutos.
O Sr. Presidente: — Está terminada a manifestação.
Pausa.
O Sr. Presidente: — Peço a atenção da Câmara.
O Sr. Pinto da Fonseca, presidente da comissão de inquérito aos Bairros Sociais, em 23 de Março último enviou à Presidência desta Câmara uma carta pedindo a demissão colectiva da mesma comissão.
O Sr. Pedro Ferreira: — Sr. Presidente: na ausência do Sr. Pinto da Fonseca, ilustre presidente da comissão de inquérito aos Bairros Sociais, os meus colegas