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Sessão de 20 de Abril de 1923
vezes ao lado dum Deputado que se senta na extrema esquerda, o Sr. Sá Pereira, a quem prestamos a homenagem da nossa consideração, porque apesar de nosso adversário, vemos sempre nele a sinceridade com que procura acautelar os interêsses do Estado e defender a moralidade na administração pública.
Nesse ponto todos os portugueses podem entender-se, sem se dividirem por lutas que só podem prejudicar, os interêsses da Pátria.
Tenho o orgulho de dizer que no meu coração nunca se abrigou o ódio aos meus adversários políticos.
Sempre respeitei os meus adversários que tratam de defender os interêsses do Estado, procurando melhorar as condições de vida que a todos, republicanos e monárquicos, por igual aflige, de uma maneira incomportável.
Neste ponto bem sabe o Sr. Presidente do Ministério que tem sempre encontrado em nós auxílio para uma acção repressiva contra êsses especuladores.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva): — Afirmou o Sr. Carvalho da Silva querer na questão dos. tabacos absoluta moralidade.
É a conclusão lógica do fim de qualquer campanha. Nem o Govêrno quere outra cousa.
Por isso o Govêrno reconheceu que não podia continuar o estado actual das relações do Estado com a Companhia dos Tabacos.
Nestas condições o Sr. Ministro das Finanças terá efectivamente ensejo de apresentar uma nova proposta de lei que permita aumentar as receitas do Estado, tanto mais que, havendo o chamado pão político, não deseja que se mantenha o tabaco político, como consta existir.
É preciso que aquilo que constituiu uma arma contra a monarquia na célebre questão dos tabacos jamais se converta em arma contra a República.
Há pouco não estranhei que S. Ex.ª fizesse uma pregunta, mas que fizesse insinuações.
Não vale a pena estar a despender tempo que reveste em pura perda, para provar o que acabo de dizer.
Também êste Govêrno pretendeu dar um largo passo no sentido de acabar com a exploração feita pelo Estado dos chamados Transportes Marítimos, que era inconveniente. E nisto continua a trabalhar sinceramente para que não continue a exploração, como antigamente se fazia, em condições inconvenientes para o País e para as finanças do Estado.
Nunca fomos agentes de negócios. S. Ex.ª poderá igualar-nos, mas não exceder-nos nesse capítulo.
Acerca da questão do empréstimo que S. Ex.ª discutiu largamente, declarou que o combatia, porque era o mesmo que combater os especuladores.
O Govêrno deu provas cabais de que deseja combater os especuladores.
Na forma de os combater, não nos podemos entender, porque temos pontos de vista inteiramente diversos.
Comtudo, devemos convencer êsses cavalheiros que não continuem as tropelias, pois elas de nada servirão.
O Sr. Carvalho da Silva afirmou que atacava o empréstimo para combater os especuladores; ó, porém, conveniente e interessante frisar que os que lá fora combatem o empréstimo são exactamente os especuladores.
Tenho dito.
O orador não reviu.
São aprovadas as actas.
ORDEM DO DIA
Discussão na especialidade do parecer n.º 425
O Sr. Presidente: — Vai proceder-se a uma contraprova.
Os Srs. Deputados que rejeitam o artigo 3.º queiram levantar-se.
Procede-se à contagem.
O Sr. Presidente: — Estão de pé 4 Srs. Deputados e sentados 54.
Está aprovado.
É aprovado sem discussão o artigo 4.º
O Sr. Tavares de Carvalho: — Requeiro a dispensa da leitura da última redacção.
É aprovado.
Continua em discussão o projecto relativo à questão dos tabacos.
O Sr. Morais de Carvalho: — Sr. Presidente: espero concluir hoje, e em poucas