O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14
Diário da Câmara dos Deputados
Para dizer o que penso sôbre o modo como o requerimento deve ser votado, necessário se torna que a Câmara me preste alguns minutos de atenção.
O requerimento feito pelo ilustre Deputado Sr. Vitorino Godinho mostra bem o propósito em que a maioria está de não querer trabalhar.
A proposta do ilustre Deputado Sr. António Fonseca não está ainda suficientemente esclarecida, e, por isso, não se pode nem deve aprovar de maneira alguma o requerimento feito pelo Sr. Vitorino Godinho.
Espero, pois, que a Câmara se convença de que votando o requerimento se desprestigia.
Devemos ser os primeiros a não consentir em tal.
Vozes da esquerda: — Não pode ser? Aquilo não é sôbre o modo de votar.
O Orador: — Que admira que eu fale desta maneira sôbre o modo de votar? Tento evitar uma iniquidade.
O Sr. Presidente: — É a última vez que eu previno V. Ex.ª antes de lhe aplicar o Regimento.
Apoiados da esquerda.
O Orador: — V. Ex.ª não cumpro o Regimento estando a interromper-me. Eu estou falando sôbre o modo de votar, e por isso não pode retirar-me a palavra.
O Sr. Presidente: — Retiro-lhe a palavra.
O Orador: — V. Ex.ª não ma pode retirar. Não acato semelhante violência. Nem sequer fui prevenido o número de vezes que o Regimento marca.
Apenas dou por findas as minhas considerações devido a mais nada ter que dizer por emquanto.
O Sr. Pedro Pita (sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: sou parlamentar desde 1919, e pela primeira vez vejo apresentar-se nesta Câmara um requerimento para se dar a matéria como discutida, com prejuízo dos oradores inscritos. Será também a primeira vez que se vote.
Sr. Presidente: como sempre, a maioria quando tem o seu número, o isso é raro, abusa imediatamente dessa situação. (Apoiados das aposições). Hoje, aumentando o abuso cometido há dias. fazendo uma votação ainda com pós de lã, isto é sem prejuízo dos oradores inscritos, vai mais longe, exigindo que seja com prejuízo dos oradores inscritos, que, de resto, sito três ou quatro. Para a próxima vez será a proibição absoluta de usar da palavra qualquer Deputado que não seja da maioria.
Apoiados das direitas.
Sr. Presidente: verifico que a três ou quatro parlamentares que estão inscritos para falar, entre êles o leader do meu partido, é vedado o uso da palavra, porque a maioria lhe proíbe o uso dela. Muito bem. Temos então de marcar absolutamente as nossas posições. (Apoiados). A maioria declara, de maneira terminante e categórica, que não carece de nós cá dentro; a maioria vai votar sozinha os orçamentos; vai completar essa obra que sonhou; vai à sua vontade, sem qualquer espécie do discussão, a não ser aquela que quiser fazer em família, votai-os orçamentos. É absolutamente o «quero, posso e mando». (Apoiados das direitas). Mas êste lado da Câmara não pode consentir que, estando para falar pela primeira vez sôbre o assunto o seu leader, a maioria lhe negue o uso da palavra.
Muitos apoiados da minoria nacionalista.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. António Fonseca (para interrogar a Mesa): — Sr. Presidente: desejo preguntar à Mesa quais são os Deputados que estão inscritos para usar da palavra, para sabermos quem é o leader do Partido Nacionalista.
O Sr. Presidente menciona os nomes dos oradores inscritos.
O Sr. Dinis da Fonseca: — E eu também devo estar inscrito, pois pedi a palavra deve haver uns três dias.
O Sr. Presidente: — V. Ex.ª também está inscrito.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: o requerimento apresentado pelo