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Diário da Câmara dos Deputados
Mas porque êsse número e não outro?
Nós pensando pela nossa cabeça achamos que não é um dogma a afirmação de S. Ex.ª de que se multiplicarão pôr os rendimentos actuais do pôrto de Leixões.
Mas também não sabemos o prazo para a realização das obras; emfim, não sabemos nada!
Não sabemos quais os sacrifícios que vamos impor ao Pais.
Não sabemos o que o resto do País concorre para a realização das obras.
Não sabendo o que à Figueira, Lagos e outros pôrtos poderão ter em relação a êsses sacrifícios.
Mas repare a Câmara noutros pontos!
Pede-se autorização para contrair um empréstimo, que pode ir até um, milhão e seiscentas mil libras; pede-se com esta facilidade, e reparem V. Ex.ªs que para uma proposta de lei do Sr. Ministro das Finanças que visa a arrecadar um milhão e duzentas mil libras fizemos uma grande discussão, as conclusões da proposta foram modificadas aqui e no Senado.
A proposta, porventura, virá outra vez aqui, e merecerá toda a nossa atenção e a do País, mas é fazer uma chicana política não autorizar logo, não o Estado em que apesar de tudo temos sempre confiança, mas a Junta Autónoma do Pôrto de Leixões, que é um pouco menos que o Estado, a contrair um empréstimo, cuja proposta estabelece apenas princípios de ordem geral, deixando liberdade quanto ao resto.
Apoiados.
E salientar isto é, pelos modos, ter falta de patriotismo!
O patriotismo, neste caso, parece que é fazer vista grossa sôbre tudo, para mais tarde surgirem escândalos como o dos Transportes Marítimos, Bairros Sociais, e outros.
Apoiados.
Para mais tarde, agravando-se o câmbio, a maioria proibir, como hoje proibiu, com o seu numero, que se pregunte ao Govêrno em que estado estão as finanças.
Apoiados.
O que é que leva. portanto, alguém a acusar de anti-patriótica a oposição que aqui fazemos, a mim que nunca fiz oposições dessas?
Visa a colocar as maiorias nestas condições de subalternidade: façam as suas discussões apressadamente, votem o que lhes indicarem que se vote, sem elementos de esclarecimento necessários, mas mais tarde, quando em cima da República caírem as responsabilidades dos erros cometidos, então seremos todos solidários, porque somos todos republicanos, e o que está em perigo é a República.
Muitos a apoiados da maioria nacionalista.
Nestas condições, queremos afirmar:
1.º que só nos movemos por altos e nobres intuitos, os intuitos de bem servir o País;
2.º Que não abdicamos do nosso direito de crítica;
3.º Que devolvemos as acusações de pouco patriotas a quem no-las faça;
4.º Que continuaremos a fazer uma grande fiscalização sôbre os netos do Govêrno, porque já estamos convencidos de que o Govêrno só precisa de nós quando a unidade da sua maioria está em perigo, porque da contrário somos o bumbo em que êle e a maioria pretendem tocar zabumba, e nós não estamos dispostos a isso.
Apoiados.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Morais Carvalho: — Sr. Presidente: de harmonia com as prescrições regimentais, começo por mandar para a Mesa a minha moção, concebida nos seguintes termos:
Moção
A Câmara, reconhecendo que a proposta em discussão não veio acompanhada dos necessários esclarecimentos, continua na ordem, do dia.
Em 2 de Maio de 1923. — O Deputado, Artur de Morais Carvalho.
Sr. Presidente: quando, pela primeira vez, usei da palavra sôbre êste assunto, tive ocasião de dizer à Câmara, e foi até essa a forma por que terminei as minhas considerações, que a oposição dêste lado da Câmara visava menos a economia do projecto de lei que a forma por que elo tinha sido apresentado ao estudo da Câmara, desacompanhado dos elementos do