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Diário da Câmara dos Deputados
despesa de 10. 252$98 e ainda o serviço de incêndios que foi necessário montar.
Como V. Ex.ª sabe, já em tempos houve- um incêndio na Câmara dos Deputados; e assim a comissão Administrativa entendeu que devia montar êsse serviço, tendo para isso mandado montar bocas de incêndio, as quais se acham colocadas nos corredores da Câmara dos Deputados assim como no Senado.
Êste serviço, que a princípio estava a cargo do serviço das obras, isto é, entregue ao Ministério do Comércio, passou para a comissão Administrativa do Congresso, que teve de pô-lo em condições de servir, e com o qual se gastou até hoje 600$.
Temos também, como V. Ex.ª muito bem sabe, quatro correios apenas para o serviço do Congresso da República, dois para serviço dos Srs. Presidentes e outros dois. para serviços gerais da Secretaria.
Não pode dizer-se que êstes correios sejam em número demasiado para as distribuições de correspondência pelas casas dos Srs. parlamentares e para os serviços externos.
Como a Câmara sabe, os meios de condução estão muito caros; e não tendo a comissão Administrativa satisfeito um pedido que êstes funcionários em tempo apresentaram para que lhes fossem fornecidos passes dos eléctricos, resolveu arbitrar-lhes gratificações para transporte, concessão que foi necessário tornar extensiva ao pessoal que está ao serviço da redacção.
Isto deu-nos uma despesa, até o dia 31 de Março — todas as verbas se referem até esta data — de 1. 007$94.
Temos também uma biblioteca que, infelizmente, está bem longe de ser rica. A Biblioteca do Congresso ultimamente está muitíssimo pobre.
Até a eclosão da guerra fazíamos a assinatura de revistas políticas, pedagógicas, de economia, etc., todas muito úteis numa casa como esta.
Em virtude da sua carestia, porém, tivemos de acabar com grande parte dessas assinaturas, embora reconheçamos a necessidade que os Srs. parlamentares têm, por vezes, de consultar certas revistas, colhendo assim determinados subsídios para a orientação dos seus estudos,
subsídios que não poderão fàcilmente encontrar lá fora.
No emtanto, numa afirmação de boa vontade, mantivemos algumas dessas revistas, cingindo-nos, é claro, àquelas que julgámos absolutamente indispensáveis.
Tudo isso custa muito dinheiro, e assim, até o dia 31 de Março, tínhamos gasto com a Biblioteca 1. 084$76, frisando eu mais uma vez que esta verba está longe de corresponder às necessidades da nossa Biblioteca.
Com encadernações limitámo-nos a despender 771$94, embora houvesse necessidade de mandar encadernar muitíssimos mais livros.
Temos ainda um Museu. Havia nesta casa, antes da proclamação da República, dispersos por vários lugares, documentos importantes, uns de valor artístico e outros de valor histórico.
Entendemos que não devíamos deixar êsses documentos assim dispersos e arriscados a perderem-se ou a ficarem inutilizados.
Retinimo-los, por isso, numa das salas do Congresso, organizando um museu parlamentar.
Evidentemente, devemos conservar em ordem êsses documentos e necessitámos até de algumas peças de mobiliário para êsse efeito, tendo despendido com isso, até 31 de Maio, 2. 134$35.
Possuímos também um jardim, que em minha opinião é indispensável numa casa como esta.
Êste jardim, que, além de outras vantagens, vem aformosear a parte posterior do Palácio, custou a quantia de 3. 342$50.
A conservação dos automóveis custou, até 31 de Março, 33. 385$72.
Existe ainda aqui uma rubrica, para despesas miúdas e diversas, de 7. 548$.
O papel em que escrevem os Srs. parlamentares, das duas Câmaras, e o papel de todo o expediente da Secretaria, está por um preço exorbitantíssimo, e eu, que como secretário da comissão Administrativa me orgulhava de não dever nada a ninguém, vejo-me na contingência de ler de declarar que, infelizmente, a comissão Administrativa do Congresso tem actualmente um deficit, e um deficit grande.
Se o Sr. Cancela de Abreu, ou qualquer outro Sr. Deputado, quiser exami-