O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

13
Sessão de 31 de Maio de 1923
nar êstes documentos a comissão administrativa, como é do seu dever, coloca-os à disposição de S. Ex.ª
O preço do custo da vida não está só dez vezes mais caro; está muitíssimas vezes mais caro.
Nós tínhamos 15 contos, e com 15 contos, empregando muita economia e muita parcimónia — e algumas vezes essa economia e essa parcimónia não foram apreciadas com louvor por parte dalguns Srs. parlamentares — nós podíamos manter os serviços com a devida regularidade.
Agora, com os 130 contos que pedimos para êste ano — e desde já comunico à Câmara que no próximo orçamento está inscrita a verba de 150 contos — não poderemos continuar a administrar os serviços do Congresso senão empregando a mesma parcimónia de que anteriormente usámos, embora nem toda a gente a queira compreender.
Eu não ouvi a primeira parte das considerações do Sr. Cancela de Abreu, mas consta-me que S. Ex.ª se referiu aos panneaux desta casa do Parlamento.
As quantias a despender com êsses panneaux não saem destas verbas, mas da verba destinada a obras. Noutro tempo as obras dêste edifício estavam entregues ao Ministério do Comércio; mas, por uma lei votada no ano passado, essas obras passaram para a comissão administrativa.
É, portanto, da verba destinada a obras que sai a quantia necessária para a pintura dos três panneaux que faltam nesta sala.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu (interrompendo): — V. Ex.ª dá-me licença?
O que eu sustento é que na época actual, em que lutamos com muita falta de dinheiro, poderíamos muito bem prescindir dêsses três pequenos panneaux, que nenhuma falta fazem à estética desta saía.
O Orador: — V. Ex.ª considera-os pequenos, e a verdade é que êles andam por 100 metros quadrados.
Nós temos uma verba para obras, e eu estou absolutamente convencido de que ninguém faria o que nós conseguimos fazer dentro de tam exíguos recursos.
Logo que as obras nos foram entregues a comissão administrativa estabeleceu o regime das tarefas, que tem dado os melhores resultados.
Neste ano, com 400 contos, nós construímos as garages, fizemos o torreão do lado sul, e, para podermos adaptar as residências à secretaria do Senado, construímos uma nave do outro lado, deitando abaixo abóbadas muito espessas que vinham dos tempos primitivos do convénio.
Toda a gente sabe que estas cousas custam muito dinheiro, e tudo isso se fez com a exígua verba de 400 contos.
No princípio do ano económico fizemos um orçamento, e tam bem o calculámos que pudemos passar sem pedir mais nada.
Creio ter elucidado suficientemente, o Sr. Cancela de Abreu, respondendo com a eloquência dos números às suas observações.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Tavares Ferreira: — Por parte da comissão do Orçamento, mando para a Mesa um parecer.
O Sr. Dinis da Fonseca: — Pedi a palavra para me referir aos assuntos que deram motivo às explicações que acabam do ser dadas à Câmara pelo Sr. Baltasar Teixeira.
Declarou S. Ex.ª que uma parte dos 115 contos que se pedem para o Congresso se destina ao pagamento de fardamentos para o pessoal.
Acho que está bem fornecer fardamentos ao pessoal para que êste se apresente à altura dum Parlamento. Sôbre esta parte nada, pois, tenho a dizer.
Acrescentou S. Ex.ª que com a iluminação se gastou 10 contos. Se é preciso gastar essa verba para que tenhamos luz nesta casa, também está bem. Relativamente ao serviço de incêndios, nada tenho que opor.
Com respeito à biblioteca, disse S. Ex.ª e muito bem, que o seu estado envergonha o Parlamento.
Efectivamente a biblioteca do Congresso está muito longe de corresponder aqui-