O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14
Diário da Câmara dos Deputados
muito e muito obrigado. Somos Velhos camaradas nas lutas republicanas, sabemos, portanto, do nosso passado de republicanos, de trabalhadores, de lutadores nossas ideas.
Um ao outro não podemos fazer senão estas referências, sabendo, portanto, a lealdade com que sempre temos procedido.
Também li o artigo em que fui atacado e a primeira impressão que tive foi de que não se tratava de mim, mas de uma outra pessoa com o mesmo nome. Confesso que fiz a êsse indivíduo a injúria de acreditar que tivesse fabricado ou atirado bombas, tam longe eu estava de que me fôsse atribuída essa idea. Não tive portanto, a intenção de me defender de tais acusações, em primeiro lugar porque vi logo a má fé com que essas acusações me foram feitas e em segundo lugar porque outros jornais as não reproduziram.
Estimei que o Sr. Alberto Jordão tivesse espontaneamente feito as considerações que fez.
Eu sou, não sei se dos poucos ou dos muitos que podem afirmar desassombradamente que sempre condenaram é uso da bomba de dinamite, fôsse em que circunstâncias fôsse.
Nunca as vi nem de perto nem de longe, nunca as mandei fabricar, nem nunca tive entendimentos com bombistas.
Quanto ao caso de Évora digo e afirmo com a consciência perfeitamente tranquila que dêsses acontecimentos só tive conhecimento depois e que fui um dos que imediatamente; ao ter conhecimento dêsses factos os verberaram e condenaram; tive essa coragem e fi-lo tratando com republicanos que impensadamente tinham ido para uma manifestarão tumultuosa nas ruas de onde derivaram os tristes acontecimentos que infelizmente se deram na cidade de Évora.
Ao Sr. governador civil do distrito, cujo nome não vem para o caso, fui um dos primeiros a censurá-lo por consentir que essa manifestação se produzisse. Fui sempre assim, e após Monsanto, sabem-no aqueles que me viram, durante duas noites evitei que se produzissem assaltos às casas dos monárquicos: entrei no Comissariado da Polícia de Évora na noite de Monsanto para exigir e conseguir, que os monárquicos que estavam nos calabouços infectos, para onde costumam ir os presos por crimes comuns, fôssem transportados para uma sala privada do govêrno civil.
Sr. Presidente: deixe-me V. Ex.ª concluir as minhas considerações com estas palavras: considero-me na vida — e não sei se todos poderão falar assim — um homem inteiramente feliz, e só os que não são maus podem fazer esta afirmação.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Vai proceder-se a uma contraprova que ficou suspensa na última sessão por falta de número; antes, porém, vou mandar ler a proposta sôbre que vai recair essa contraprova.
Leu-se na Mesa a proposta.
Fez-se a contraprova.
O Sr. Presidente: — Estão de pé 30 Srs. Deputados e sentados 26; está, portanto, rejeitada a proposta.
O Sr. Presidente: — Vai votar-se o projecto na generalidade.
Pôsto à votação foi aprovado.
O Sr. Jaime de Sousa: — Por parte da comissão dos negócios estrangeiros mando para a Mesa o parecer da mesma comissão sôbre a proposta que aprova, para ratificação, o tratado de paz com a Hungria.
O Sr. Abílio Marçal (para um negócio urgente): — Sr. Presidente: pela última votação do Congresso deve o Parlamento terminar os seus trabalhos no próximo dia 30. Como êste tempo é absolutamente insuficiente para discutir e fazer votar, em ambas as casas do Parlamento, não só os orçamentos como outras medidas que o Govêrno ainda precisa do trazer ao Parlamento, medidas necessárias à vida económica do País, não podendo, portanto, encerrar-se o Parlamento sem discutir essas medidas, tenho a honra de mandar para a Mesa uma proposta em que a Câmara toma a iniciativa da reunião do Congresso da República pura deliberar sôbre uma nova prorrogação da sessão parlamentar, proposta para, a qual pego urgência e dispensa do Regimento.
Foi concedida a urgência e dispensa do Regimento.