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Diário da Câmara dos Deputados
fesa; mas isso não deminui o respeito e a admiração que tributo às suas qualidades de inteligência.
Sr. Presidente: não concordo com a redução feita no número de recrutas a encorporar.
Como disse, e bem, o Sr. António da Fonseca, o facto de se marcar no orçamento a encorporação de recrutas em número igual àquele que apresentam as estatísticas dos últimos anos (e deverão ver os últimos anos depois da guerra), tem o inconveniente de dar a entender a toda a gente, que o interêsse da Nação está em ser reduzido o mais possível, o número de recrutas, quando é exactamente o contrário. Sempre discordei dessa redução.
Mais do que nunca, há hoje, após a última. guerra, toda a razão para aumentar o número de encorporados e desenvolver a instrução militar em escolas de especialidades, que não é possível ministrar de maneira nenhuma durante o tempo das escolas de recrutas.
As estatísticas antigas davam como número de mancebos a apurar, cêrca de 30:000.
Nestas condições eu desejaria ver aqui marcados os 28:000 em vez dos 22:000 fixados.
Devo dizer ainda mais, em reforço das considerações do Sr. António da Fonseca.
Uma das causas para que o número de recrutas não seja aquele que deve ser é da responsabilidade das nossas autoridades, creio que não cumprem os seus deveres não se importando com as leis militares.
Vejam V. Ex.ªs que quando são feitas as convocações os editais não são afixados nos lugares públicos.
Devo apresentar ao Sr. Ministro da Guerra e ao Sr. relator as minhas felicitações por terem inscrito uma verba — embora exígua — destinada às escolas de repetição; isto representa o reconhecimento da utilidade dessas escolas as quais se, porventura,, no primeiro ano não satisfizeram foi isso motivado pela impossibilidade de fazer de um jacto uma obra perfeita.
Mas o que é certo é que foi possível fazerem-se as manobras de Tancos; e a grande guerra só se pode fazer pelas escolas de repetição.
Apoiados.
Termino por agradecer ao Sr. António da Fonseca o interêsse que tomou pela defesa do exército, pois é muito grato, a nós militares, ver o interêsse que os civis tomam pelos assuntos militares.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. David Rodrigues: — O assunto que se está debatendo é um dos mais importantes que se tem discutido; a questão dos oficiais era uma questão de moralidade, mas a questão dos Afectivos é uma questão de defesa nacional.
Esta questão precisa de ser encarada sôbre dois aspectos: o primeiro é da defesa nacional, e o segundo é da moralidade política.
Quanto ao primeiro, é necessário aumentar os efectivos, e quanto ao segundo ponto, o da moralidade política, é preciso que acabe o sistema que se tem seguido, porque é uma arma política contra todos nós.
Nos quartéis não há os efectivos porque as juntas de inspecção isentam grande número de mancebos, pois os médicos se vêem assediados por todos os partidos com pedidos.
Poderão V. Ex.ªs dizer que há a taxa militar, mas na verdade é ela tam insignificante que não dá resultado.
O Sr. Pereira Bastos (interrompendo): — Há um projecto remodelando êsse assunto. Ainda não tem parecer porque, sendo o assunto tam complexo, ainda não foram presentes os elementos necessários para o seu estudo.
O Orador: — Agradeço a V. Ex.ª á informação. O que V. Ex.ª disse vem mostrar à Câmara a necessidade de regularizar êsse assunto. Emquanto êle não fôr resolvido nos quartéis cada um pode fazer o que quiser.
Pode toda a gente empregar todos os seus esfôrços, mas emquanto essa regularização não estiver feita não haverá recrutas nos quartéis. Mas ainda há outras razões.
Como tem havido uma grande quantidade de amnistias aos refractários os casos repetem-se, e emquanto isso se fizer os serviços militares não serão o que devem ser.